Números do comércio varejista comprometem plano do Palácio do Planalto para salvar a economia

Descendo a ladeira – Nesta terça-feira (13), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados que mostram que a economia brasileira não caminha a passos largos, como quer fazer acreditar o partido que ocupa o Palácio do Planalto. De acordo com o IBGE, as vendas no comércio varejista e a receita nominal não registraram crescimento em outubro, em comparação com o mês anterior, complicando ainda mais uma economia que assinalou crescimento zero do PIB no terceiro trimestre do ano. O anúncio evidencia a interrupção de uma sequência de vinte meses de resultados positivos da série da receita nominal.

Em relação a outubro de 2010, o volume de vendas no varejo teve alta de 4,3% e a receita nominal, de 8,8%. No acumulado no ano (janeiro a outubro), o aumento nas vendas é de 6,7% e da receita nominal, de 11,8%. Em doze meses, o volume de vendas cresceu 7,3% enquanto a receita, 12,4%.

Em outubro deste ano, quatro atividades apresentaram resultados positivos, com destaque para equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,6%) e livros, jornais, revistas e papelaria (2,7%). No contraponto, seis segmentos registraram recuo: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,8%) e veículos e motos, partes e peças (-2,8%).

O cenário do comércio varejista revelado pelo IBGE aponta para um eventual fracasso das recentes medidas adotadas pelo governo da presidente Dilma Rousseff para acelerar a economia e manter a arrecadação tributária nos níveis atuais. A redução do IPI para alguns segmentos pode não surtir o efeito esperado pelos palacianos.

A redução do IPI para produtos da linha branca, por exemplo, ajudará o governo a manter a inflação dentro do teto da meta fixada pelo Banco Central, que é de 6,5% ao ano. Essa é a aposta do economista-sênior da Proto Seguro, Rafael Santos.

A situação pode piorar ainda mais, pois a agência de classificação Moody’s anunciou na segunda-feira (12) que, no primeiro trimestre de 2012, poderá rebaixar as notas soberanas dos países da Zona Euro diante da não adoção de “medidas decisivas” por parte da cúpula da União Europeia, durante reunião na semana passada, em Bruxelas.