Bola dentro – Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) elogiou a decisão da presidente Dilma Rousseff de vetar emenda à Medida Provisória (MP) 540/11 que permitia o uso de recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviços) em obras da Copa do Mundo de 2014. Na opinião de Bueno, o veto presidencial demonstra o absurdo proposto por parlamentares da base governista.
Rubens Bueno considerou que o veto governamental foi a medida mais sensata. “Pelo menos a presidente teve consciência que o fundo de garantia é do trabalhador e não pode ser destinado a negócios para atender consultores do PT”, disse o líder do PPS.
Emenda apresentada à MP pelo próprio relator da matéria, deputado Renato Molling (PP-RS), permitia o uso do Fundo para custear obras da Copa, mesmo ciente de que o desvio de recursos será monumental, a exemplo do que ocorreu meses antes dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007. Pela proposta, os recursos do FGTS poderiam ser utilizados, por exemplo, na construção de hotéis, shoppings e aeroportos.
Na votação da MP no plenário da Câmara, o PPS apresentou destaque para a retirada da emenda. Integrante da oposição, o partido criticou o governo por querer retirar dinheiro dos trabalhadores para bancar gastos privados. A base aliada ignorou o pedido rejeitando o destaque e aprovou a utilização do Fundo. O líder do PPS ameaçou recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) caso a proposta fosse sancionada pela presidente da República.
Rubens Bueno afirmou que o PPS cobrará de Dilma Rousseff a tomada de outras decisões semelhantes. “Ela não fez mais do que o dever de presidente da República. A postura foi de alguém que não tem os olhos voltados, como o PT e sua base no Congresso, aos negócios de interesse do mercado. Nós vamos cobrar dela um posicionamento mais decidido a esse tipo de picaretagem. Seria bom que ela fizesse isso mais vezes”, afirmou.
