Longe da absurda Selic, taxas de juro dos cartões de crédito chegam a 400% ao ano

Mãos ao alto – Entre as tantas plataformas eleitorais que garantiram a vitória de Dilma Rousseff na corrida presidencial de 2010, a chegada de 39 milhões de consumidores à classe média, foi a mais explorada. Esse movimento sócio-econômico se deu sob o manto do consumismo e do crédito fácil, o que levou milhões de brasileiros ao endividamento recorde e à inadimplência.

Cenário da mais alta taxa de juro do planeta, o Brasil continua sendo o paraíso dos banqueiros, que faturam alto às custas do suado dinheiro do trabalhador. Enquanto as autoridades federais instaladas na Esplanada dos Ministérios comemoram a decisão do Banco Central de reduzir a Selic, que desde a semana passada está fixada em 10,5% ao ano, o brasileiro continua refém das altas taxas de juro.

Um leitor do ucho.info contatou a redação para externar o seu inconformismo com as taxas de juro cobradas pelas administradoras dos cartões de crédito. Para quem opta pelo pagamento do valor mínimo (15%) da fatura do cartão de crédito (Circular nº 3563 do Banco Central), o juro mensal é de 13,66%, conforme consta de extrato enviado pelo Banco do Brasil. No período de doze meses, a taxa de juro sobe para absurdos 364,82%. Acrescida do IOF, a taxa pula para 407,67%.

Enquanto isso, a caderneta de poupança continua proporcionando rendimentos miseráveis. Diante desse cenário de números que beiram a criminalidade hedionda é fácil concluir que não passou de fanfarrice o slogan adotado por Luiz Inácio da Silva durante os oito anos em que esteve no poder – Brasil, um país de todos –, assim como é ufanista o adotado por Dilma Rousseff, “País rico é país sem pobreza”. Até porque, com taxas de juro na casa dos 400% ao ano nenhum país é de todos, assim como qualquer país está fadado à miséria.