BC empresta a teoria utópica de Lula e aposta no consumo interno como antídoto para a crise internacional

Repetindo o erro – A tese defendida pela presidente Dilma Rousseff para minimizar os efeitos da crise econômica que chacoalha a União Europeia foi confirmada oficialmente pela autoridade monetária nacional, o Banco Central. Na ata do Comitê de Política Monetária, que trouxe as justificativas para a última redução da taxa básica de juro (Selic), o BC informou que a demanda doméstica por bens e serviços ainda se apresenta “robusta”, em especial o consumo das famílias, cenário possível, segundo o órgão, por conta do crescimento da renda do trabalhador e da expansão do crédito.

Para os membros do Copom, esse cenário deve prevalecer nos próximos trimestres, quando a economia sentirá o impacto das seguidas reduções da Selic implementadas desde agosto do ano passado.

Essa mesma tese foi adotada pelo então presidente Luiz Inácio da Silva, que em dezembro de 2008 ocupou os meios de comunicação para pedir aos brasileiros a manutenção do consumo interno em níveis elevados, como estratégia para esvaziar os efeitos da crise financeira internacional que surgiu a partir do “subprime” norte-americano. Na ocasião, o ucho.info alertou para o perigo do pedido presidencial, que elevaria não apenas o consumo, mas também e principalmente o endividamento das famílias e a inadimplência. Messiânico como sempre, Lula disse, à época, que seus críticos torciam contra o Brasil.

Foi com base nessa fórmula milagrosa e irresponsável, que permitiu ao ex-presidente Lula vender ao mundo uma bolha de virtuosismo, que a classe média brasileira recebeu, da noite para o dia, nada menos que 39 milhões de novos consumidores. Enquanto os palacianos comemoravam o fato em cima dos palanques de 2010, inclusive a presidente Dilma Vana Rousseff, os consumidores driblavam as dívidas e as cobranças.

Apostar na mesma fórmula é não se importar com a vida minimamente digna de cada brasileiro, que mais uma vez será empurrado ao consumismo irresponsável, algo que os comunistas que ora estão poder sempre condenaram nos tempos em que engrossavam a oposição, sempre a bordo do binômio “capitalismo selvagem”. A visão obtusa dos governantes mostra que o Brasil está nas mãos de pessoas que preferem aspergir a doce ilusão da mentira, quando o correto seria escancarar a dureza da realidade. Quando carnês e faturas começarem a chegar novamente na casa do brasileiro, o leite já estará derramado. Sendo assim, de nada adiantará chorar.