Dilma discursa em memória às vítimas do Holocausto, mas se cala no caso dos dissentes cubanos

Palavrório ambíguo – Antes de seguir viagem para Havana, onde, durante visita oficial, encontrará os irmãos-ditadores Raúl e Fidel Castro – o primeiro preside o governo da ilha caribenha –, a presidente Dilma Vana Rousseff fez uma parada na capital baiana. No domingo (29), em Salvador, Dilma participou de evento organizado pela Confederação Israelita do Brasil e que marcou o “Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto”.

Ao discursar, Dilma, que criticou os que insistem em negar a ocorrência do Holocausto, acabou mandando um recado transverso e inominado a Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, que cada vez mais tem se aproximado da esquerda mundial. “O Holocausto, que alguns negam, servirá sempre de paradigma contra a intolerância e contra essa violência bestial”, disse a presidente.

Sem dúvida alguma o massacre de mais de 6 milhões de judeus é o capítulo mais triste e macabro da história mundial, o que faz com que ataques aos que ignoram o fato sejam firmes e contundentes. Acontece que no discurso proferido na capital dos baianos, Dilma balbuciou palavras que podem comprometer sua visita a Cuba. “Não podemos apagar da nossa memória atos repulsivos nem podemos achar que eles são privilégio de algum povo. Infelizmente, vemos que há várias manifestações nesse sentido”, disse a mandatária brasileira.

“Temos a convicção de proteger populações civis, mas que também o mundo tem de se conscientizar que deve haver responsabilidade no proteger. Quando se protege, é necessário ter responsabilidade para que a proteção não se torne uma situação de convulsão e de guerra”, finalizou a petista.

As palavras de Dilma, que servem para o iraniano Mahmoud Ahmadinejad, caem como míssil teleguiado sobre sanguinária ditadura criada por Fidel Castro, logo após a queda do também tirano Fulgencio Batista, e agora comanda por Raúl Castro.

Não importa o número de mortos vítimas da violência de déspotas espalhados pela planeta (o que não compromete o status de barbárie do Holocausto), mas, sim, a forma como o ser humano é tratado por facínoras que se apoderam de nações com a promessa mentirosa de melhoria generalizada. O regime de exceção que impera em Cuba fez, nos últimos tempos, duas vítimas da truculência dos irmãos Castro. Dissidentes do regime, Orlando Zapata Tamayo e Wilman Villar Mendoza morreram em prisões cubanas após greve de fome. Em visita aos Castro, em 2010, o messiânico Lula não comentou a morte de Tamayo, sob a alegação de que o governo brasileiro não interfere em assuntos internos de outros países. Dilma fará o mesmo em relação à morte de Wilman.