Defensora declarada do aborto, Eleonora Menicucci se transformou em problema para o Planalto

Pressão total – A decisão de Dilma Rousseff de convidar a ex-companheira de cela Eleonora Menicucci para a Secretaria de Políticas para Mulheres é o que se pode chamar, em um primeiro momento, de tiro pela culatra. Depois de ver circular na rede mundial de computadores uma entrevista em que afirma ter ido à Colômbia para aprender a praticar aborto, Menicucci, que está em Genebra em missão oficial, foi pressionada pela ONU para saber a posição do governo brasileiro em relação ao assunto.

Em entrevista, Eleonora Menicucci disse que o assunto “não está na pauta do Executivo”, devendo ser discutido pela sociedade e pelo Legislativo. A ministra lembrou que segue as “diretrizes do governo”, o que não significa que em termos pessoais tenha mudado de opinião.

Sem ultrapassar as fronteiras brasileiras, a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres tem sido duramente pressionada pela bancada evangélica, apesar de o ministro-chefe da Casa Civil, Gilberto Carvalho, ter dito aos parlamentares da fé, na Câmara dos Deputados, que o governo não tem intenção de tratar do tema. “A presidente Dilma pediu que eu reafirmasse para a bancada que a posição do governo sobre o aborto é a posição que ela assumiu já na campanha eleitoral, que está escrita em todo esse processo e que a posição do governo está absolutamente clara e assim vai continuar”, disse o ministro aos parlamentares evangélicos.

A chegada de Eleonora Menicucci à Esplanada dos Ministérios também acendeu a luz vermelha na Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que enviou carta à presidente Dilma Rousseff externando a preocupação da entidade com a posição da ministra em relação ao aborto. Por outro lado, nas redes sociais a ministra tem sido massacrada por uma legião de brasileiros contrários ao aborto.

Fato é que o tema não deve sair de cena tão cedo como espera o Palácio do Planalto, podendo, inclusive, permanecer rechear a pauta das disputas eleitorais de outubro. Na cidade de São Paulo, por exemplo, onde a disputa pela prefeitura local tem forte representação a todos os candidatos, o PT pode sofre duplamente. Com a defesa que Eleonora Menicucci faz relação do aborto e com o kit anti-homofobia criado pelo ex-ministro Fernando Haddad (Educação), candidato petista à prefeitura paulistana.