Dilma minimiza incompetência do governo e culpa os países desenvolvidos pelo acanhado PIB

Empurrando o problema – De retorno ao Brasil nesta quarta-feira (7), a presidente Dilma Rousseff, desanimada com o desempenho da economia brasileira em 2011, alega que o PIB na casa de 2,7% é culpa da crise que afeta os países desenvolvidos, a quem a mandatária brasileira imputa a responsabilidade pelo movimento de expansão monetária, que, segundo o Palácio do Planalto, prejudica os emergentes.

Dilma pode pensar e falar o que bem entender, mas arrumar desculpa para um problema caseiro é irresponsabilidade. Não se pode negar que a crise que abala a Europa teve reflexos na economia brasileira no ano passado, mas é incoerente afirmar que somente esse movimento foi responsável pelo desanimador resultado apresentado pelo IBGE.

Se culpados existem nessa epopeia do PIB, a conhecida incompetência do governo está em primeiro na fila. Sem conseguir avançar com as obras do chamado Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), o que em tese deveria ter impulsionada a economia nacional, o governo vem tropeçando repetidas vezes em suas tentativas pontuais de incentivo ao setor industrial, que nos últimos anos tem sofrido com o derretimento do dólar frente ao Real.

A desvalorização da moeda norte-americana tem funcionado como instrumento de controle da inflação, que em 2011 chegou a 6,5%, teto da meta, mas se nada for feito de forma conjuntural a economia brasileira repetirá em 2012 o fracasso do ano anterior. Por enquanto a previsão do mercado é que a economia brasileira cresça 3,5% neste ano, o que é um índice baixo, mas o petista Guido Mantega, ministro da Fazenda, fala em 4,5%, à vezes até em 5%, dependendo do humor. Fato é que na entrevista concedida na terça-feira, em Brasília, para explicar os números do PIB, Mantega não escondeu sua decepção.