Raios ascendentes são registrados pela primeira vez no Brasil, no Pico do Jaraguá, em SP

Caminho inverso – Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registraram, pela primeira vez, a ocorrência de raios ascendentes no Brasil. Estes raios respondem a alterações ambientais produzidas pela atividade humana e se originam em locais muito altos, como torres de telecomunicação, ou para-raios de edifícios.

Com a utilização de câmeras normais e de alta velocidade, os pesquisadores observaram e gravaram no fim de janeiro e início de março a ocorrência de raios ascendentes no Pico do Jaraguá – o ponto culminante da cidade de São Paulo, a 1.135 metros acima do nível do mar.

No total, quatro raios foram registrados em vinte minutos. Este é um número muito alto, de acordo com o Inpe: no Empire State Building, em Nova York, onde costumam ser registrados raios ascendentes, são verificados em média 26 raios ascendentes por ano.

“Normalmente são nuvens com carga negativa em sua base que atraem esses raios que saem do solo, geralmente de lugares altos”, explicou Marcelo Fares Magalhães Saba, pesquisador e coordenador do projeto.

Estas descargas atmosféricas, que partem do solo e se propagam em direção a nuvens, podem causar grandes prejuízos para estruturas elevadas, como, por exemplo, geradores de energia eólica.

Poucos países possuem imagens deste fenômeno, entre eles os EUA, o Canadá, o Japão e a Áustria. Ainda assim, há pouco conhecimento sobre a física e as características dos raios ascendentes, o que torna este registro ainda mais importante para as pesquisas.

Os pesquisadores ainda não conseguem explicar a razão do Pico do Jaraguá registrar um número tão elevado de raios ascendentes. Eles também pretendem investigar se a intensidade desses raios é maior do que a dos raios descendentes e estimar qual a altura mínima de uma estrutura para promover tal descarga.

Saiba mais

Relâmpagos existem desde sempre. Para as civilizações primitivas, eram temidos, um inimigo divino. A partir do século XVIII, eles passaram a ser vistos como uma manifestação da natureza e, portanto, inimigos possíveis de serem combatidos. Os prejuízos causados pelos raios são estimados em 500 milhões de reais anualmente.

O autor reúne os conceitos difundidos no livro clássico de estratégia “A Arte da Guerra” (de Sun Tzu) à tecnologia dos recentes sistemas de detecção de descargas atmosféricas, hoje difundida pela Rede Integrada Nacional de Detecção de Descargas Atmosféricas (RINDAT). De modo eficiente, gera alertas e otimiza os métodos de proteção, minimizando os prejuízos causados pelos raios. (Com informações da Comunitexto)