Procedimento contra Ideli Salvatti no caso das lanchas-patrulha é cortina de fumaça sob encomenda

Desviando a atenção – A decisão da Comissão de Ética Pública da Presidência da República de investigar preliminarmente o suposto envolvimento da ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) no escândalo da compra de lanchas-patrulha, pelo Ministério da Pesca, no valor de R$ 31 milhões, precisa ser analisada com o devido cuidado.

Uma eventual recomendação contra Ideli não significa que a presidente Dilma Rousseff tomará medidas drásticas em relação à sua colaboradora palaciana. Na verdade, quando a Comissão de Ética Pública chega a conclusões que contrariam os interesses do Palácio do Planalto, na maioria das vezes a pena ao transgressor é uma repreensão, o que significa nada nesse mundo de saltimbancos.

O objetivo do procedimento aberto contra Ideli Salvatti servirá para mostrar à sociedade que o PT e os palacianos não temem investigações, o que, segundo os petistas, deve se repetir na CPI do Cachoeira, cuja criação está prevista para esta semana. Com companheiros e aliados envolvidos na teia de relacionamentos políticos e empresariais de Carlinhos Cachoeira, o Palácio do Planalto já se movimenta para interferir na escolha dos membros da Comissão, cuja presidência ficará com o PMDB e a relatoria, com o PT.

A tal investigação preliminar contra Ideli servirá para reforçar a pressão petista sobre o STF, que tem sido alvo de ações com o objetivo de provar que o escândalo do mensalão é uma farsa.

Resumindo, que não se deixem enganar os incautos brasileiros de bem sobre essa ameaça de levar Ideli Salvatti para o patíbulo da corrupção, pois no PT o padrão em casos de escândalo é obrigar os apaniguados submergirem. Ou alguém tem notícias de Antonio Palocci Filho, Silvinho Pereira, Freud Godoy, Jorge Lorenzetti e outros companheiros?