PT quer imprensa na CPI do Cachoeira, mas se esquece que tentou comprar dossiê contra Serra

Lixa grossa – Imprensa boa é aquela que escreve contra os adversários do PT. Pelo menos é assim que pensam os petistas, via de regra obtusos e totalitários. Quando jornalistas se posicionam contra o PT, os amestrados escribas – e bem pagos, claro – entram em cena para falar num tal de Partido da Imprensa Golpista, que esses genuflexos vendedores da consciência costumam chamar de “PIG” e nele está incluso o editor do ucho.info.

Mas isso não é tudo no submundo do PT. Com a fracassada tentativa do Palácio do Planalto de tentar evitar a CPI do Cachoeira, que na prática pode começar a funcionar na próxima semana, o PT se viu obrigado a fazer algo para tirar os holofotes postados na direção das relações políticas e empresariais do contraventor goiano Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A saída, então, foi arremessar a imprensa nesse cadafalso da corrupção.

A estratégia do PT é no mínimo arriscada, para não dizer que é burra, pois ultrapassa o bom senso exigir que setores da imprensa sejam investigados, apenas porque as fontes de alguns jornalistas estão envolvidas no escândalo do Cachoeira. Jornalismo investigativo, principalmente, se faz também com infiltrações, pois conseguir informações exclusivas não é tarefa das mais fáceis. Contudo, cultivar fontes no submundo do poder não significa virar as costas para a ética profissional. O que o PT busca no momento é dar o troco em alguns veículos de comunicação, que nas últimas eleições criticaram os candidatos do partido.

Esse falso moralismo do PT se desmonta facilmente com uma rápida e curta viagem no tempo. Em 2004, semanas antes de José Serra e Marta Suplicy partirem para o segundo turno da disputa pela prefeitura de São Paulo, emissários petistas tentaram encomendar um dossiê contra o candidato tucano. Na primeira incursão apareceram com uma oferta de US$ 150 mil dólares. Diante da negativa, esses profetas da corrupção dobraram a oferta e tentaram conseguir a papelada por US$ 300 mil. Como a investida não deu certo, restou fingir que nada tinha acontecido. Mas a sanha petista por dossiês e rapapés é uma doença incurável. Dois depois da última investida, a oferta subiu para US$ 500 mil. Como a resposta negativa prevaleceu, o capítulo seguinte foi aterrorizar os familiares daquele que se negou a produzir o tal dossiê.

Quando engrossavam as fileiras da oposição, os petistas sempre aterrissavam nas redações com envelopes recheados de documentos contra os adversários. Questionados sobre a origem da papelada, alegavam ter recebido de forma anônima e por via postal. A soberba petista que ora grassa no cenário político nacional é como placebo. Só acredita em seus efeitos quem não conhece a realidade dos fatos. Se revelar aos brasileiros a verdade e desmascarar a farsa oficial significa golpe, então metade do Brasil é golpista.