Sarkozy e Hollande passam ao segundo turno e terão de se aproximar do radicalismo político

Palmo a palmo – Com 70,59% de comparecimento dos eleitores nas urnas da eleição presidencial da França, índice acima do esperado e que pode se aproximar da casa dos 80%, segundo jornais locais, os candidatos Nicolas Sarkozy e François Hollande passam ao segundo turno em situação que pode ser considerada empate técnico. O atual presidente Sarkozy arrebatou 25,5% dos votos, destaca o jornal Le Monde com base em pesquisas de boca de urna, enquanto o socialista Hollande contou com a preferência de 28,4% do eleitorado francês.

O segundo turno, que acontece no próximo dia 6 de maio, obrigará os dois candidatos a decisões importantes nesse curto período de campanha. Surpresa na votação deste do domingo (22), a ultradireitista Marine Le Pen conquistou 20% dos votos e poderá ser decisiva para uma eventual vitória de Nicolas Sarkozy, que terá de se aproximar de forma perigosa do reduto de eleitores que votaram na filha do nacionalista Jean-Marie Le Pen, fundador do partido Frente Nacionalista.

François Hollande, por sua vez, se quiser confirmar o favoritismo que apontam as pesquisas eleitorais, será obrigado a caminhar na direção dos eleitores de Jean-Luc Mélenchon, candidato de esquerda radical que conquistou 11,7% dos votos.

O perigo está nas duas frentes radicais dão primeiro turno da campanha presidencial francesa. A direitista Le Pen é radicalmente contra a imigração ilegal, o que classifica de “tsunami”, e condena a adesão da França á zona do euro. Como relatamos na matéria anterior, a imigração descontrolada coloca a França em fragilidade econômica, ao passo que um eventual rompimento com a União Europeia provocaria uma catástrofe econômica planetária. Já o esquerdista Mélechon é favorável à liberação ainda maior da imigração, assunto que tem levado a França a situações de desordem social, entre tantos outros problemas decorrentes desse processo.

Até o próximo dia 6 de maio, Sarkozy e Hollande terão de convencer os eleitores sobre suas plataformas de campanha e os remendos de última hora para alcançar a vitória. Do resultado do segundo turno dependerá o futuro da União Europeia e a economia mundial.