Futuro político da França e economia da China obrigam mercado financeiro internacional a adotar cautela

Efeito cascata – Não foi preciso muito tempo para que as principais economias do planeta compreendessem o risco que significa uma eventual vitória do socialista François Hollande no segundo turno da eleição presidencial francesa, que acontece em 6 de maio. No domingo (22), enquanto acontecia o primeiro turno da corrida rumo ao Palácio do Eliseu, o ucho.info publicou matéria sobre a necessidade da esquerda latino-americana de torcer pela vitória do direitista Nicolas Sarkozy, pois só assim a economia mundial estaria a salvo de intempéries provocadas a partir da zona do euro. Não que Sarkozy e suas ideias representem o melhor para a França, mas sua vitória é garantia de que o movimento para salvar a economia da União Europeia continuará no mesmo rumo e com o apoio da Alemanha.

Nesta segunda-feira (23), os mercados financeiros ao redor do planeta reverberaram a preocupação existente com o futuro político da França, ainda um dos pilares que impedem o crescimento da crise no bloco europeu. No Brasil, assim como no restante do mundo, o dólar encerrou o dia cotado a R$ 1,8826, alta de 0,7%. A moeda norte-americana alcançou a cotação mais alta desde 25 de novembro, quando foi cotada a R$ 1,8864. Na última passada, o dólar alcançou a marca de R$ 1,8815.

Para complicar o cenário de incertezas, o mercado financeiro internacional tomou com base a instabilidade política que surgiu na Holanda e dados sobre a economia chinesa. Na Holanda, o Partido da Liberdade rejeitou uma proposta da coalizão de centro-direita de cortar de 14 bilhões a 16 bilhões de euros no orçamento do país e o primeiro-ministro, Mark Rutte, renunciou ao cargo. Na China, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor manufatureiro teve leve alta em abril, ao registrar 49,1 ante o resultado final de 48,3 visto em março, mas ainda abaixo da marca de 50, o que representa retração da atividade econômica.