Governo perde a mão no controle do câmbio e setor de alimentos começa a aumentar preços

Sinal vermelho – A cada novo dia que surge crescem no mercado financeiro os chistes envolvendo o ministro Guido Mantega, da Fazenda. É verdade que as zombarias não acontecem publicamente, mas em pequenos grupos e em conversas reservadas os presentes não poupam o ministro de galhofas de toda ordem. Tudo porque as medidas adotadas pelo governo para minimizar os efeitos da crise europeia são questionáveis e por enquanto não surtiram efeito algum.

Até recentemente, a desvalorização do dólar frente ao real era uma das principais ferramentas utilizadas pelo governo para manter sob controle a inflação, cada vez mais resistente. Com a alta da moeda norte-americana, Mantega afirmou que esse movimento beneficia a economia brasileira, principalmente o setor de exportação. Essa visão míope não durou muito tempo, pois o Banco Central foi obrigado a intervir no mercado de câmbio para conter a contínua valorização do dólar.

Na terça-feira (22), o dólar fechou o dia cotado a R$ 2,08, o que mostra que as autoridades econômicas enfrentam problemas para controlar a economia, que vem recebendo remendos emergenciais por parte do governo de Dilma Vana Rousseff.

Horas depois do encerramento dos negócios do mercado financeiro, um conhecido empresário paulista do setor de alimentos entrou em contato com redação do ucho.info para externar sua preocupação com a alta do dólar. Na opinião do empresário, muitas empresas do setor terão problemas para honrar compromissos em dólar, uma vez que a concorrência acirrada tem obrigado à redução contínua das margens de lucros, enquanto a alta da inflação empurra os preços para cima. É o caso dos moinhos de trigo, que venderam farinha tendo como referência a cotação mais baixa do dólar, mas que agora começa a ter os preços reajustados de acordo com o humor do mercado de câmbio.

Como boa parte do trigo consumido no Brasil é importada, não demorará muito para que os produtos do setor tenham seus preços majorados. É o caso do pão, diariamente presente na mesa de nove entre dez brasileiros. Guido Mantega pode dizer e pensar o que bem quiser, afinal ainda vivemos em uma democracia, mas transformar o Brasil em laboratório de ensaios econômicos é querer ver a sociedade como cobaia nas mãos de incompetentes. Enfim, como disse certa feita o messiânico Lula, “nunca antes na história deste país”.