Copom confirma expectativas do mercado financeiro, reduz a taxa básica de juro e ignora a inflação

Na contramão – Não há razão para se preocupar com a escalada da inflação. Pelo menos é isso que se depreende do comunicado emitido pelo Banco Central para informar a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir em meio ponto percentual a taxa básica de juro, a Selic, que a partir de agora está fixada em 8,5% ao ano, confirmando as previsões do mercado financeiro.

No comunicado, o BC deixa claro que a redução da Selic se deu no rastro da necessidade de impulsionar o crescimento econômico do País e que as interferências decorrentes da crise internacional são deflacionárias. Trata-se de uma explicação desconexa, que deixa evidente a ingerência do Palácio do Planalto no Banco Central, que na era Lula viveu sob a bandeira da independência.

A justificativa da autoridade monetária contraria a realidade econômica, pois a redução da Selic reforçará a fuga de investimentos estrangeiros, ao mesmo em que obrigará os investidores locais a migrarem para a moeda norte-americana. Com a alta do dólar, a já resistente inflação tende a subir ainda mais, podendo inclusive, ao final de 2012, ultrapassar o teto da meta fixada pelo governo.

Com a redução da taxa básica de juro, a expectativa é que na ponta o custo do crédito ao consumidor também caia, incentivando o consumo interno. A estratégia, errada até mesmo sob a ótica acadêmica, é fazer com que o governo da presidente Dilma Rousseff não seja coberto pela flâmula da mitomania, pois não faz muito tempo que autoridades garantiram a blindagem da economia brasileira, diante da crise internacional, e o seu crescimento em níveis considerados elevados. Como a economia deve encerrar o ano com índice de expansão bem abaixo do esperado, a saída é inventar fórmulas supostamente milagrosas, mesmo que para isso o povo pague com seu suado e minguado dinheiro.

Enquanto o governo federal e o Banco Central tentam impulsionar a economia com medidas questionáveis, a indústria nacional faz projeções nada sombrias para 2012. E quando isso acontece, é porque o setor produtivo já não suporta mais a falta de sensibilidade do governo para adotar medidas que perpetuem medidas importantes para o País. Apesar da elevação da moeda ianque, o chamado custo Brasil ainda faz com que muitos produtos nacionais não tenham competitividade nos mercados interno e externo. Essa visão utópica dos palacianos só é mantida, contrariando a lógica da economia, porque desmascarar o endeusado ex-presidente Lula é algo inadmissível no mundo da esquerda verde-loura. Enquanto isso, caro leitor, você vai pagando a conta.