Maluf está a um passo de apoiar Haddad e livrará Serra de seus notórios escândalos de corrupção

Vida dupla – Paulo Salim Maluf, o ex-prefeito de São Paulo que passou para a história política nacional não apenas pelos seguidos escândalos de corrupção, mas também por ser um representante da extrema direita, mais uma vez flerta com o Partido dos Trabalhadores, depois de se insinuar para José Serra, candidato do PSDB à prefeitura paulistana. Essa repentina mudança de rota teve a interferência do Palácio do Planalto, que não quer ver o ex-ministro Fernando Haddad à deriva em sua tentativa de chegar ao comando da maior cidade brasileira.

Além da interferência palaciana, entrou no circuito o ministro da Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que chegou ao cargo depois de uma intifada na legenda que foi comandada pelos senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Benedito de Lira (PP-AL).

É sabido que coerência é algo que inexiste no mundo político, mas os tucanos devem se dar por satisfeitos pelo viés vendilhão de Paulo Maluf, cujo nome foi inserido pelo Banco Mundial na lista internacional de corrupção. “The Grand Corruption Cases Database Project”, no qual o ex-prefeito foi inserido junto com outros três brasileiros, reúne informações de casos em que foram comprovadas movimentações bancárias de pelo menos US$ 1 milhão, advindos da corrupção e da lavagem de dinheiro.

Listado pela Interpol como procurado internacional, Maluf é protagonista do escândalo de corrupção que marcou a construção da Avenida Água Espraiada, rebatizada de Jornalista Roberto Marinho, na Zona Sul da capital paulista. No cruzamento de dados, o então promotor de Nova York, Robert Morgenthau, encontrou conexão do caso em questão com o escândalo da Metrored, empresa canadense do fundo de investimentos Fidelity que foi escolhida para instalar cabos de fibra ótica na cidade de São Paulo.

O editor do ucho.info acompanhou o desdobramento do caso nos Estados Unidos e descobriu um grupo de brasileiros contratado pela empresa ianque para subornar autoridades paulistanas.

Com esses episódios polêmicos no currículo, Maluf, que não pode deixar o Brasil sob pena de ser preso pela Interpol, seria um estorvo na campanha tucana, mesmo que proporcionasse à campanha de Serra algum parco tempo no horário eleitoral. Uma aproximação com Paulo Maluf, que certamente renderia ataques petistas à candidatura de José Serra, mostra que a presidente Dilma Rousseff não está preocupada em se afastar de corruptos.

Ademais, um empreendimento gigantesco em Belo Horizonte, capitaneado nos subterrâneos por aliados de Paulo Salim Maluf, está a um passo de se transformar em escândalo que pode chacoalhar o Palácio do Planalto.