Depois de defender a necessidade do “novo”, PT apela aos velhos da política para salvar Haddad

Caminho contrário – Quando impôs a candidatura de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva alegou aos companheiros de partido que era preciso apresentar algo novo ao eleitorado da maior cidade brasileira. Em outras palavras, Lula deu a entender que a senadora petista Marta Suplicy estava ultrapassada em termos de proposta.

Sem saber o que fazer para reverter o quadro de estagnação de Haddad, que continua em irrisórios 3% de intenção de voto, o PT, a mando de Lula, trouxe a ex-prefeita e deputada federal Luiz Erundina (PSB) como candidata a vice na chapa petista.

Sem qualquer tipo de questionamento em relação à sua atuação política, que à frente da prefeitura de São Paulo investiu fortemente na periferia, Luiz Erundina, que completará 78 anos em novembro próximo, está longe de representar o “novo”. De igual modo, ter comprado o apoio de Paulo Maluf não deu ao Partido dos Trabalhadores a tão aludida novidade que Lula fez questão de destacar. Maluf, que em setembro próximo completará 81 anos, está, assim como Erundina, longe de ser o “novo”.

Essa manobra de última hora, que rasgou o discurso embusteiro de Lula, mostra o desconforto que toma conta do PT em relação à candidatura de Fernando Haddad. Caso não emplaque nas próximas semanas, mesmo coma chegada de Erundina, o ex-ministro Fernando Haddad poderá ser substituído por Marta Suplicy, que até agora não embarcou na campanha do companheiro e legenda.