Chávez mostra a fragilidade da esquerda ao cortar o fornecimento de petróleo ao Paraguai

Desespero de causa – A preocupação dos esquerdistas sul-americanos com o impeachment do paraguaio Fernando Lugo, que ocorreu dentro dos parâmetros constitucionais do país, torna-se cada vez mais evidente com as decisões tomadas pelos presidentes de alguns países da região, que não apenas ignoram qualquer dose de autoridade em Federico Franco, o novo presidente, mas têm chamado de volta seus representantes diplomáticos.

Depois de anunciar que não reconhece Federico Franco como novo presidente do Paraguai, o tiranete Hugo Chávez chamou de volta a Caracas o embaixador venezuelano que servia em Assunção, não sem antes informar que decidiu cortar imediatamente o fornecimento de petróleo ao país sul-americano. “Ordenei retirar nosso embaixador de Assunção (…). E também vamos retirar o envio de petróleo. Sentimos muito, mas nós não vamos apoiar de forma alguma esse golpe de Estado”, disse Chávez, como se a Venezuela fosse o melhor exemplo de democracia.

De acordo com o jornal paraguaio “ABC Color”, o petróleo comprado pelo Paraguai da PDVSA, estatal petrolífera venezuelana, representa cerca de 30% do mercado. O Paraguai, segundo o tablóide, teria em estoque combustível suficiente para no máximo sessenta dias.

A decisão de Hugo Chávez, conhecido por ingerir em assuntos de outros países, mostra que o ditador venezuelano não apenas ignora a democracia, mas quer instalar no Paraguai um clima de caos, o que pode deflagrar uma onda de protestos capaz de patrocinar a queda do novo presidente Federico Franco.