Alckmin desconhece as razões dos ataques a policiais e ônibus, mas disputa eleitoral é o motivo

(Foto: Agência Estado)
Muito estranho – Desde 13 de junho, seis policiais militares foram mortos em São Paulo durante horário de folga. No ano, já são 39 policiais assassinados. Quatro bases da PM foram atacadas. Mais de uma dezena de ônibus incendiados na Grande São Paulo.

As autoridades paulistas da segurança pública, assim como governador Geraldo Alckmin, negam conhecer qualquer ligação dos ataques com organizações criminosas que dominam os presídios estaduais, mas é sabido que esse é o nascedouro do movimento que aterroriza a população e deixa as corporações policiais em estado de alerta. Há algumas semanas os policiais já sabiam da intenção dos criminosos, mas o fato só é revelado em sigilo.

Geraldo Alckmin disse, dias atrás, que os ataques seria revidados à altura, mas isso não intimidou os bandidos que continuam aterrorizando a maior cidade brasileira. Há quem garanta que os ataques são uma represália a algumas operações policiais, mas a verdade é outra e passa pela eleição municipal para a prefeitura paulistana. O objetivo é desqualificar a candidatura tucana, mostrando ao eleitorado as falhas do governo do PSDB.

Há meses o ucho.info anunciou que os paulistanos deveriam se acostumar com a ideia de, até outubro próximo, enfrentar greves, paralisações e ações típicas de terroristas, pois em jogo está o comando de um dos maiores orçamentos do País. A primeira incursão na seara das armações foram as várias panes nos trens metropolitanos. Na sequência surgiram os problemas no Metrô, com direito a um acidente na Zona Lesta da capital paulista.

Não custa lembrar que os ataques criminosos que aterrorizaram a população paulistana em 2006 foram de encomenda. Naquele ano, gravações realizadas pela polícia paulista flagraram uma conversa entre integrantes do PCC que pediam voto ao então candidato a deputado federal José Genoíno. O vídeo foi removido do Youtube, mas a transcrição da reportagem está disponível ao final da reportagem.

Semanas antes dos ataques PCC, o petista José Dirceu de Oliveira e Silva viajou repentinamente à Bolívia, onde se reuniu com o deputado Gabriel Herbas Camacho, irmão de Marcos William Herbas Camacho, o Marcola, líder da facção criminosa que reina nos presídios do estado.

O que José Dirceu foi fazer em La Paz não se sabe, mas em política não há coincidências e muito menos milagres. Por isso, os adversários do Palácio do Planalto e principalmente os de Lula que fiquem atentos, pois mais surpresas desagradáveis virão pela frente.

Confira abaixo a transcrição da conversa entre dois integrantes do PCC que combinavam voto em José Genoíno

Maria de Carvalho Felício: Ele mandou uma missão pro Zildo (piloto-geral de Ribeirão Preto). Vamos ver se o Zildo é capaz de cumprir.

José Sérgio dos Santos: Tá bom. Você quer passar pra mim ou dou particularmente pra ele?

Maria: Não, não. Ele quer festa (ataques) até a eleição. E é pra eleger o Genoíno. E, ser for o caso, ele vai pedir pro pessoal mandar as famílias não irem nas visitas pra votar, entendeu? Ele falou que um dia sem visita não mata ninguém. Ele falou: “Fica todo mundo sem visita no dia da eleição pra todo mundo votar pro Genoíno”.

Santos: Não, mas isso… Acho que todo mundo… A maioria das mulher de preso… Vai votar no Al? Nunca.

Maria: Então, é pra pedir isso. Se, por exemplo, a mulher vai, daí a mãe, a irmã tudo vota pro Genoíno. Se só a mulher que vota, então essa mulher não vai na visita e vota no Genoíno. É pra todo mundo ficar nessa sintonia: Genoíno.

Santos: E é dali que vem, né?

Maria: Isso. É o (incompreensível)