Emprego na indústria cai mais uma vez e reforça momento de dificuldade da economia brasileira

Ladeira abaixo – Enquanto todos os indicadores mostram que a economia brasileira atravessa momento preocupante, sem solução a médio prazo, autoridades do governo insistem em afirmar que tudo vai bem e que ficará ainda melhor. Um desses entusiastas é o ministro Guido Mantega, da Fazenda, que continua no cargo apenas pela interferência do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, pois sua saída seria um desabono à política econômica adotada pelo governo anterior.

O mais novo índice que aponta a desaceleração da economia mostra a redução do emprego na indústria. De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), divulgada nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o emprego na indústria brasileira registrou queda de 0,3% em maio deste ano, terceira redução consecutiva do indicador, que acumula perda de 1,1% no período. O número de horas pagas também caiu na comparação de maio com abril (-0,6%), assim como o valor da folha de pagamento real, que teve uma queda de 2,5% no período.

Na comparação com maio de 2011, o emprego na indústria registrou queda de 1,7%, oitava taxa negativa nesse tipo de análise. O número de horas pagas caiu 2,8%, mas o valor da folha de pagamento real subiu 1,1% no período.

Doze dos 14 locais pesquisados apresentaram queda no número de pessoas empregadas, na comparação de maio deste ano com o mesmo período do ano passado. O destaque negativo ficou com São Paulo, que teve uma redução de 3,2% no emprego industrial, seguido pela Região Nordeste (-2,6%) e pelos estados do Rio Grande do Sul (-2,3%), de Santa Catarina (-1,4%), do Ceará (-3,2%) e da Bahia (-3,4%). Apenas o Paraná e Minas Gerais, com altas de 2,2% e 0,3%, respectivamente, contribuíram positivamente para o indicador.

Também na comparação de maio deste ano com o mesmo período de 2011, 12 das 18 atividades industriais pesquisadas tiveram redução na oferta de vagas. Os setores que tiveram maiores impactos na queda do emprego industrial foram vestuário (-8,7%), calçados e couro (-6,1%), produtos de metal (-4,3%), têxtil (-5,7%) e papel e gráfica (-4,6%).

O total de pessoal ocupado na indústria brasileira acumula quedas de 1,1% no ano e de 0,3% nos últimos 12 meses.

Desindustrialização em marcha

Em 2005, o ucho.info alertou de forma insistente para o perigoso processo de desindustrialização que à época começava a aflorar no País. Alerta idêntico fez, meses depois, o então ministro Roberto Mangabeira Unger, da Secretaria de Assuntos Estratégicos, que se debruçou sobre o assunto, mas novamente os palacianos preferiram ignorar o tema, pois se atenção dessem ao assunto estourariam com muita antecedência a bolha de virtuosismo lançada pelo ex-presidente Luiz Inácio da Silva, que conseguiu altos índices de popularidade e conquistou títulos de doutor honoris causa no vácuo de um cipoal de inverdades oficiais.

Mesmo diante da tentativa desesperada de reverter a crítica situação que acomete a indústria brasileira, o governo tem enorme dificuldade para fazer um mea culpa em relação ao passado e adotar medidas estruturais e perenes, o que solucionaria de vez o problema. Assumir os erros pretéritos seria implodir um projeto de pode que está calcado no populismo barato e no ufanismo palaciano, algo inaugurado com pompa e circunstância pelo ex-metalúrgico Lula. (Com informações da Agência Brasil)