Delator do escândalo do Mensalão do PT, Roberto Jefferson tem tumor maligno no pâncreas

Notícia indesejada – Diferentemente do que foi anunciado, é maligno o tumor no pâncreas do deputado cassado Roberto Jefferson. Presidente nacional do PT e responsável por denunciar o escândalo do Mensalão do PT, Jefferson recebeu a notícia nesta quarta-feira (1), um dia antes do início do julgamento do maior caso de corrupção da história política brasileira.

Inicialmente, no último sábado (28), os médicos informaram que o tumor era benigno, mas o resultado final estava condicionado à análise do material coletado e do término do exame imuno-histoquímico.

O anúncio deve ser feito nas próximas horas pela equipe médica do Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, onde Roberto Jefferson está internado para tratamento.

O que é imuno-histoquímica?

A imuno-histoquímica é um método de análise molecular dos tecidos, observado ao microscópio, buscando identificar características moleculares das doenças. Tem diversas aplicações, como o diagnóstico de doenças inflamatórias, infecciosas e neoplasias; também é muito importante para determinação de fatores preditivos e prognósticos no câncer.

O que é câncer de pâncreas?

O pâncreas é uma glândula do aparelho digestivo, localizada na parte superior do abdome e atrás do estômago. É responsável pela produção de enzimas, que atuam na digestão dos alimentos, e pela insulina – hormônio responsável pela diminuição do nível de glicose (açúcar) no sangue. É dividido em três partes: a cabeça (lado direito); o corpo (seção central) e a cauda (lado esquerdo). A maior parte do casos de câncer de pâncreas localiza-se na região da cabeça do órgão. O risco de desenvolver o câncer de pâncreas aumenta após os 50 anos de idade, principalmente na faixa entre 65 e 80 anos, havendo uma maior incidência no sexo masculino. A maior parte dos casos da doença é diagnosticada em fase avançada, e portanto, é tratada para fins paliativos. O tipo mais freqüente é o adenocarcinoma com 90% dos casos.

O câncer de pâncreas é raro antes dos 30 anos de idade, sendo mais comum a partir dos 60 anos. Segundo a União Internacional Contra o Câncer (UICC), os casos da doença aumentam com o avanço da idade: de 10/100.000 casos entre 40 e 50 anos para 116/100.000 entre 80 e 85 anos. No Brasil, o câncer de pâncreas representa 2% de todos os tipos de câncer, sendo responsável por 4% do total de mortes por câncer. Por ano, nos Estados Unidos, cerca de 26 mil pessoas são diagnosticadas com a doença. A taxa de mortalidade por câncer de pâncreas é alta, pois é uma doença de difícil diagnóstico e extremamente agressiva.

Tratamento

A cura do câncer de pâncreas só é possível quando este for detectado em fase inicial. Nos casos passíveis de cirurgia, o tratamento mais indicado é a ressecção, dependendo do estágio do tumor. Em pacientes cujos exames já mostraram metástases à distância ou estão em precário estado clínico, o tratamento paliativo imediato mais indicado é a colocação de endo-prótese. A radioterapia e a quimioterapia, associadas ou não, podem ser utilizadas para a redução do tumor e alívio dos sintomas.