Vaccarezza critica cartilha sobre o Mensalão do PT, mas esquece escândalo das cartilhas do Gushiken

Tiro no pé – O escândalo do Mensalão do PT existiu, alguns petistas reconhecem o fato, como o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), mas assunto não pode ser tratado de forma verdadeira, sob pena daquele que cometer tal ousadia ser retaliado pela “companheirada”.

Depois de lançar uma didática cartilha sobre o maior escândalo de corrupção da história nacional, o Mensalão do PT, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, foi alçado à mira da ira petista. Ex-líder do governo na Câmara dos Deputados e um dos ferrenhos defensores do Palácio do Planalto, o petista Cândido Vaccarezza considerou um acinte a cartilha lança por Gurgel.

Vaccarezza promete ingressar na Justiça ainda nesta quinta-feira (9) contra Roberto Gurgel, agora acusado de “carnavalização” do julgamento do mensalão. A ação foi preparada pelo coordenador jurídico do PT de São Paulo, Marco Aurélio de Carvalho, que por certo deve concordar com o jogo sujo e rasteiro que recheia o site de Fernando Haddad, o empacado candidato do PT à prefeitura de São Paulo.

“É uma avacalhação do trabalho da Procuradoria-Geral da República. Não sei se Gurgel tem respaldo dos demais procuradores. É um engajamento político-eleitoral. Ele pode fazer na vida privada. Mas não no site da Procuradoria”, afirmou Cândido Vaccarezza, que já não se recorda da cartilha produzida, em 2006, pela Secretaria de Comunicação da Presidência da república (Secom) e que trazia as realizações (sic) do governo do messiânico Lula, enviadas ao PT para serem distribuídas em ano de eleição presidencial.

Sob o comando de Gushiken, a produção das cartilhas ficou a cargo da Duda Mendonça & Associados e da Matisse, agência de propriedade de Paulo de Tarso Santos, publicitário do PT nas campanhas de 1989 e 1994 e amigo do abusado Lula.

Entre as tantas garantias que abriga, a democracia traz o direito de o cidadão falar o que bem entender e no momento que achar mais conveniente, o que também vale ao petista Cândido Vaccarezza. O que não se pode aceitar é que os cidadãos de bem sejam proibidos de falar sobre o Mensalão do PT. Também é inaceitável o fato de o PT querer que o procurador-geral reze pela cartilha do PT.

Fora isso, citar a palavra acinte é algo que alguns políticos deveriam fazer com doses extras de cuidado, pois telhado de vidro é o que não falta na política. Algo que o Ministério Público Federal normalmente enxerga com invejável facilidade.