Dilma lança plano de recuperação da infraestrutura, mas investidores estão cautelosos com o governo

Questão de números – Nesta quarta-feira (15), a presidente Dilma Vana Rosuseff anuncia a primeira etapa do plano para ampliar e modernizar parte da infraestrutura de transportes do País nos próximos anos. A cerimônia do anúncio contará com a presença de pelo menos trinta grandes empresários, que poderão se sensibilizar com os apelos da presidente e despejar dinheiro nos projetos que o governo assumiu o compromisso de fazer, mas não fez.

Em conversa com o ucho.info, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) disse que diante da dificuldade financeira para iniciar as obras o governo preferiu licitar concessões. Perguntado sobre o tempo que será preciso para que as tais obras saiam do papel, Delcídio disse que sua expectativa é que no começo de 2013 os processos já tenham deixado a parte burocrática. Sobre o período necessário para que as obras interfiram positivamente no desenvolvimento econômico do País, o senador petista afirmou que isso deve acontecer ao longo do próximo ano.

A decisão do governo é importante, pois do contrário a economia brasileira continuaria à espera de medidas que dificilmente ocorreriam no curto prazo. Isso também mostra que a era Lula foi marcada pelo ufanismo, pois as promessas não conseguiram avançar além da rampa do Palácio do Planalto.

Nas etapas seguintes, a serem anunciadas posteriormente, o plano contempla outros setores da infraestrutura, como portos e geração de energia elétrica. É importante lembrar que nenhum investidor colocará dinheiro em projeto cuja conta não fecha. Ou seja, é preciso ter a garantia do lucro e a da não interferência do governo nas áreas licitadas.

Em relação à viabilidade dos setores que terão concessões licitadas, um dos que causam preocupação é o de portos. Há ao redor do planeta inúmeras empresas com capacidade de investimento e operação do setor, mas o chamado custo Brasil ainda assusta esses investidores. E o motivo é simples e numérico. No porto de Rotterdam, considerado como o melhor e mais eficiente, a movimentação de um contêiner custa US$ 27, enquanto no porto de Santos, em São Paulo, custa US$ 280. Ou o governo brasileiro muda essa realidade, ou ficará literalmente a ver navios.