Com Serra e Haddad empatados em SP, última semana de campanha será marcada por deslealdades

Artilharia pesada – A mais recente pesquisa do Instituto Datafolha sobre a disputa pela prefeitura da cidade de São Paulo, divulgada nesta quinta-feira (27), mostra, além dos resultados, que a última semana de campanha será tensa e com lances de toda ordem.

Líder na corrida eleitoral paulistana, Celso Russomanno, candidato do PRB, caiu de 35% para 30% de intenções de voto. O tucano José Serra saiu de 21% para 22%, enquanto o petista Fernando Haddad subiu de 15% para 18%. Considerando que a margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, Serra e Haddad estão tecnicamente empatados.

A queda de Russomanno é um sinal para os partidos dos outros dois candidatos (José Serra e Fernando Haddad) partirem para o tudo ou nada. De tal modo a última semana de campanha, antes do primeiro turno, será marcada por ataques mútuos, além dos que serão centrados na figura de Celso Russomanno.

Em conversa reservada com editor do ucho.info, sob a condição do anonimato, um integrante da cúpula da campanha de Gabriel Chalita (PMDB) afirmou que no segundo turno estarão Russomanno e Serra. O nosso interlocutor acredita na vitória do candidato do PRB, pois na próxima etapa da disputa o PT e o PMDB migrarão para a campanha de Russomanno, com o objetivo de evitar que o candidato tucano chegue à prefeitura da maior e mais importante cidade brasileira. Isso obrigará o PSDB a se movimentar com rapidez nos bastidores, caso queira manter algum tipo de esperança.

O detalhe mais importante é que uma eventual derrota do PT na capital paulista renderá a Lula um desgaste político ainda maior do que o vivido atualmente, reforçado depois das denúncias de Marcos Valério Fernandes de Souza, que afirmou ter sido o ex-metalúrgico o chefe maior do Mensalão do PT, o maior escândalo de corrupção da história do País. Na tentativa de evitar esse desgaste, não será surpresa se Dilma Rousseff e boa parte do planetário petista desembarcarem em São Paulo nos próximos dias. Contra essa estratégia há o julgamento do núcleo de corrupção passiva do mensalão – composto por José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino –, que acontece na próxima semana no Supremo Tribunal Federal.