Anunciado recurso de Valdemar Costa Neto será em vão e poderá complicar a situação do mensaleiro

Jogo de cena – Condenado no processo do Mensalão do PT (Ação Penal 470) por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP) anunciou na noite de terça-feira (2) que recorrerá “até as últimas instâncias do planeta” para provar que não é culpado pelos crimes que lhe foram imputados.

“Não convoquei esta coletiva para reclamar minha inocência, mas para antecipar que apelarei até as últimas instâncias do planeta para garantir o inviolável direito a uma defesa que seja examinada em duas oportunidades distintas de julgamento, inclusive para garantir que alguém saiba a verdade sobre o agiota que me emprestou dinheiro e indicou uma de suas empresas, no caso a Guaranhuns, para o recebimento dos valores devidos” disse o parlamentar durante entrevista coletiva em Brasília.

Essa tese de agiota que emprestou dinheiro é mais uma invencionice da quadrilha que participou do maior escândalo de corrupção da história do País, mas que diante das várias condenações tenta minimizar o resultado do julgamento que avança no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Não sou inocente, mas nunca vivi de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Apenas fui condenado pelo crime errado, como certamente ficará provado, com a garantia do direito ao duplo grau de jurisdição”, completou Costa neto, que nos bastidores da política é conhecido como “Boy”.

A ideia de Valdemar Costa Neto é recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos, colegiado que não tem a prerrogativa de reformar uma decisão do Supremo. Antecipadamente fracassada, a manobra do ex-presidente do Partido Liberal busca desqualificar a decisão do STF e prorrogar ao máximo o momento em que terá de começar a cumprir as penas decorrentes do julgamento, possivelmente em regime fechado, o que depende da dosimetria.

Verdade ou não, o que se ouve a respeito de Costa Neto nos meios políticos está longe de ser algo suave e elogioso. Se de fato é o alarife que muitos afirmam ser, o tal parlamentar desistira de recursos adicionais, evitando surpresas extras.