CPI do Cachoeira: líder do PPS diz que sociedade precisa saber quem quer acobertar corruptos

Operação abafa – Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) protestou nesta terça-feira (9), na CPI do Cachoeira, contra mais um adiamento dos trabalhos da comissão, ocasião em que disse que a sociedade precisa saber quem está trabalhando para “sepultar” as investigações da comissão.

“O país precisa saber quem é que quer acobertar corruptos. Esta é pergunta que fica”, afirmou Bueno, após o PT e o PSDB entrarem em acordo para que a reunião administrativa que aconteceria nesta quarta-feira fosse adiada para a terça-feira da próxima semana.

“Sou voto vencido aqui, já que a maioria decidiu por este adiamento. É uma reunião informal, por isso acho injustificável essa alteração, assim como fui contra os adiamentos das semanas anteriores”, criticou ao pedir para que ficasse registrada a posição do partido.

Rubens Bueno disse ainda que torna-se cada vez mais evidente que a CPI caminha para o seu final, apesar do protesto de parlamentares que defendem que a ampliação e a prorrogação das investigações sobre o esquema Delta/Carlinhos Cachoeira. “Há muitas dúvidas a serem esclarecidas. Até hoje os bancos não enviaram seus relatórios da soma vultosa de dinheiro movimentada pelo grupo criminoso. Também há as remessas para o paraíso fiscal que ainda não foram apuradas”, protestou.

Leréia

As críticas de Rubens Bueno foram feitas antes do depoimento do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), suspeito de ter envolvimento com o contraventor carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. De acordo com a Polícia Federal, Leréia mantinha relação próxima com o contraventor. Conforme as escutas telefônicas, o deputado goiano tinha uma senha do cartão de crédito de Cachoeira.

Tomando cuidado

Quando o escândalo de Carlos Cachoeira eclodiu, meses atrás, o ex-presidente Lula exigiu de seus comandados no Congresso Nacional a criação de CPI, mesmo sendo alertado sobre o perigo de o tiro sair pela culatra. O ex-metalúrgico buscava com a CPI tentar embaralhar o julgamento do Mensalão do PT, o que não foi possível, além de atingir o governador Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, conhecido e longevo desafeto.

Preocupado com a situação de alguns companheiros no segundo turno das eleições municipais, Lula deu ordens para que a CPI seja colocada na reta final, pois investigações ligeiramente mais amplas e profundas acertariam em cheio o Palácio do Planalto, inclusive indiretamente a presidente Dilma Rousseff.