Opinião sobre condenações no caso do mensalão provoca distância entre Dilma Rousseff e parte do PT

Lados opostos – O Partido dos Trabalhadores havia prometido, para depois das eleições municipais, um manifesto contra o Supremo Tribunal Federal e setores da imprensa, mas a cúpula da legenda decidiu adiar o plano.

Há quem diga que o adiamento se deve ao novo depoimento de Marcos Valério ao procurador-geral da República, mas não foi apenas esse o motivo. Um recado da presidente Dilma Rousseff, repassado pela ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), afirma que os condenados pelo STF no processo do Mensalão do PT devem acatar com serenidade a decisão judicial.

Como se não bastasse, a presidente disse que os condenados na Ação Penal 470 (Mensalão do PT) deveriam deixar imediatamente o governo federal. E o primeiro a desembarcar foi o companheiro José Genoino, que ocupava cargo de assessor especial do Ministério da Defesa.

Se for levar ao pé da letra sua decisão, a presidente terá de excluir da chamada base aliada alguns partidos que se envolveram no maior caso de corrupção da história nacional. É o caso do PP, PTB e PR. Como isso dificilmente acontecerá, a lufada de moralismo ficará circunspecta ao Partido dos Trabalhadores.