A fanfarrice esquerdista que sopra na América Latina está perdendo força

Editorial –

Como a extensa maioria dos políticos do planeta, Hugo Chávez é mentiroso. E a mentira torna-se ainda maior quando é balbuciada por um esquerdista alucinado, que tenta convencer o povo das vantagens de um modelo político obsoleto e decadente, que ruma na direção do totalitarismo.

Chávez acredita ser um semideus, mas ainda não opera milagres. Sendo assim, foi uma lufada de mitomania bolivariana o anúncio de que o tiranete estava curado do câncer na região pélvica. De tal modo, Hugo Chávez, que voltou às pressas de Havana para interromper as especulações sobre seu sumiço, já fala em se afastar definitivamente do poder por causa da saúde.

Com Chávez saindo de cena, a ditadura cubana dos irmãos Castro volta ao maremoto financeiro com a perda da cornucópia alimentada com o petróleo venezuelano. Acreditar que o vice-presidente venezuelano Nicolas Maduro seguirá custeando os sanguinários Fidel e Raúl é uma aposta de alto risco, mesmo que Hugo Chávez deixe uma lista de ordens antes de se afastar do Palácio Miraflores.

Hugo Chávez, como se sabe, há anos derrama na América Latina a utopia esquerdista que reina, a partir de Havana, em toda a ilha caribenha. Com sua ausência, a esquerda do continente, que já anda cambaleante, perderá seu gazeteiro-mor e a tendência é o encolhimento.

A Argentina vive uma grave crise institucional, pois Cristina de Kirchner ignorou a Constituição local e ameaçou atropelar o Judiciário ao tentar impor a Lei de Meios. A radical investida foi um tiro pela culatra e Cristina, por enquanto, terá de engolir o grupo Clarín, que se ampara na teoria universal do direito adquirido.

Além da perigosa queda de braços entre os Poderes, a Argentina vive uma grave crise econômica, como nunca se viu nas últimas décadas. Para manter-se no poder e não ser obrigada a repetir o gesto de alguns antecessores e ter de deixar a Casa Rosada de helicóptero, Cristina de Kirchner vem enganando o povo argentino com a maquiagem da inflação, que, segundo dados oficiais, está na casa dos 30% ao ano, mas na prática a realidade é outra e bem mais acima.

No Brasil, a presidente Dilma Rousseff, no poder há quase dois anos, enfrenta um misto de fracasso econômico com usina de escândalos de corrupção. Com média de crescimento de 1,3% ao ano, desde que a neopetista chegou ao Palácio do Planalto, o Brasil não pode se tornar refém da lufada de esquerdismo que sopra na América Latina, apesar de os principais dirigentes e integrantes do partido do governo rumarem na direção do totalitarismo socialista, uma receita explosiva que levou a vizinha Venezuela ao fracasso.

Para tirar o PIB verde-louro do atoleiro, Dilma terá de ficar em cima do muro em relação ao radicalismo esquerdista, caso queira manter a confiança dos investidores internacionais, preocupados com o intervencionismo cada vez maior do Estado na economia de países da América Latina. Fora isso, Dilma precisa ter cuidado com os rumos do governo, pois cresce nas grandes cidades brasileiras o discurso na direção da direita.

A eventual saída de Hugo Chávez da cena política deve esvaziar a utopia do socialismo corrupto que domina o continente, permitir uma nova releitura política da região, que se livrará do insano interlocutor de Havana e irresponsável financiador das FARC.

O Editor