Condenado no processo do mensalão, João Paulo Cunha apela e diz que teve vontade de se matar

Dramalhão mexicano – João Paulo Cunha, deputado federal pelo PT e mensaleiro condenado à prisão pelo Supremo Tribunal Federal, não se emenda e, assim como outros companheiros, apela ao dramalhão para tentar minimizar a pena e evitar o pior.

Histriônico conhecido, João Paulo disse, em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, que chorou muito depois do resultado do julgamento da Ação Penal 470 e que “pensou em se matar”. Como se fosse pouco, o ex-presidente da Câmara dos Deputados aproveitou a oportunidade para criticar o relator do processo, ministro Joaquim Barbosa.

“Eu produzi prova que me absolvia e Joaquim Barbosa foi contra as provas. A ponto de, nos últimos dias, não só ter ido contra as provas, como tem sido irresponsável”, disse o petista.

João Paulo Cunha deveria se envergonhar da própria fala, pois à época do escândalo ele afirmou que a ida da sua mulher, Márcia Milanésia da Cunha, à agência do Banco Rural, em Brasília, foi para pagar faturas de uma empresa de televisão a cabo. Na verdade, Márcia foi ao Rural para receber, em nome do marido, R$ 50 mil do esquema criminoso que ficou conhecido como Mensalão do PT.

Tempos depois, ciente de que a desculpa inicial era esfarrapada, João Paulo Cunha arrumou três notas fiscais, sequenciais, de uma desconhecida empresa de pesquisa de mercado.

Esse discurso barato e típico de novela mexicana não combina com a pessoa que, como presidente da Câmara, acreditava ser um semideus e circulava por Brasília sempre escoltado por uma dúzia de estridentes batedores.

Um político que pensa em se matar apenas porque não aceita a pena que lhe foi imposta pela Justiça em função dos crimes que cometeu, não tem condição psicológica para exercer um mandato conferido pelo voto popular. O melhor é renunciar, a ficar enrolando e aproveitando o status político para conceder entrevistas absurdas e apelativas.