Na última hora – A nossa insistência em afirmar que o governo do PT desconhece o mais raso significado da palavra planejamento tem razão de ser. Acreditando que a redução das tarifas de energia elétrica impulsionará a economia brasileira, a presidente Dilma Rousseff tem pressionado as geradoras para que reduzam os preços e aceitem a renovação antecipada dos contratos, muitos com vencimento em 2015 e com direito a renovação automática nas condições atuais.
Para garantir o cumprimento da promessa que fez aos brasileiros, Dilma agora conta com o apoio da usina binacional de Itaipu, que anunciou nesta sexta-feira (28) que garantirá a redução na conta de luz.
Pois bem, a redução das tarifas de energia combinada com a decisão do governo de apostar no consumo interno para enfrentar a crise econômica fará com que o consumo de eletricidade cresça no País.
Dilma, durante café da manhã com jornalistas que cobrem o cotidiano do Palácio do Planalto, disse a quinta-feira (27) que não haverá racionamento de energia no País. Com a falta de chuva em muitas regiões, as usinas termoelétricas voltaram a ser acionadas, produzindo energia mais cara, diferença que já aparece na conta de luz.
O grande problema do Brasil não está na geração de energia, pelo menos por enquanto, mas na transmissão, que provocou nos últimos três meses pelo menos cinco apagões. Em tom de bazófia, Dilma Rousseff sugeriu aos jornalistas que gargalhem caso ouçam que um raio responsável pela interrupção no fornecimento de energia. Para a presidente, falhas humanas causaram os últimos apagões.
Enquanto Dilma faz uma declaração que não convence e mostra a forma galhofeira como os palacianos governam o Brasil, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp, disse recentemente que é impossível impedir que apagões ocorram, pois são necessários investimentos na construção de novas subestações, algo que até agora não foi feito para evitar o aumento do custo da energia.
Por outro lado, enquanto Dilma é desmentida pelo diretor do ONS, a compensação financeira às geradoras de energia que aceitaram antecipar a renovação dos contratos será paga pelo Tesouro Nacional, ou seja, com dinheiro do contribuinte, como já noticiamos. Resumindo, o que Dilma Rousseff tenta fazer é induzir o povo ao erro, uma vez que essa gazeteada redução das tarifas de energia é dar com uma mão e tirar com a outra.
