Lula continua devendo aos brasileiros de bem uma explicação sobre o “Escândalo de Rosemary”

Boca fechada – O ano de 2012 entrou em suas horas finais, mas o ex-presidente Luiz Inácio da Silva ainda não deu qualquer explicação sobre o esquema de corrupção desvendado pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, que acabou indiciando criminalmente Rosemary Nóvoa de Noronha e outros integrantes da quadrilha que se especializou na venda de pareceres técnicos de órgãos do governo.

Lula, alarife que é, jogou com o tempo para que o assunto deixasse as manchetes, diminuindo a força do furacão que ainda pode levá-lo a uma CPI no Congresso Nacional. A cada novo capítulo dessa epopeia descobre-se a extensão da teia criminosa que surgiu a partir do gabinete da Presidência da República em São Paulo, cuja chefia foi entregue a Rosemary Noronha, a Marquesa de Garanhuns, até então mantida no cargo pela presidente Dilma Rousseff a pedido de Lula.

Rosemary Noronha, que se apresentava como namorada de Lula, logo nos primeiros dias após o escândalo ameaçou revelar a verdade, mas acabou convencida por emissários do ex-presidente de que o silêncio seria mais conveniente.

As autoridades não podem, em hipótese alguma, fechar os olhos para o caso, uma vez que a organização criminosa que se instalou no governo federal funcionava com o conhecimento e o aval camuflado do próprio Lula, que como sempre deve alegar que de nada sabia. Trata-se de mais um conjunto de atos de corrupção tracejado na órbita do ex-metalúrgico e que engrossa o período mais corrupto da história nacional, patrocinado por um partido que chegou ao poder central na esteira do discurso da ética e da moralidade.

A onda de mitomania que vem sendo mantida, com muito esforço, pelos petistas é a única saída para postergar ao máximo o desmoronamento do partido, mas é preciso que os culpados sejam punidos com o rigor da lei, assim como ocorreu no caso do Mensalão do PT, porém com decisões céleres por parte da Justiça e sem direito a devaneios jurídico-filosóficos dos julgadores.

Caso os crimes tivessem ocorrido em uma empresa privada, por certo os envolvidos já estariam presos. Isso só não aconteceu na Operação Porto Seguro porque os integrantes da quadrilha acabariam revelando mais detalhes do esquema, que tinha no comando gente muito graúda.