Diretor da Aneel não é futurologista, mas garantiu que não faltará energia elétrica na Copa de 2014

Prevendo o futuro – No governo da presidente Dilma Rousseff não há quem conheça o significado da palavra “planejamento”, mas sobra quem tem bola de cristal guardada na gaveta. Com a crise de geração de energia elétrica sendo discutida à sombra de uma redução inócua de tarifa, um relatório da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aponta atrasos nas obras do setor nas cidades-sede dos jogos da Copa de 2014.

A cidade-sede que mais preocupa é Porto Alegre, onde 96% das obras que garantirão fornecimento de energia durante a Copa estão atrasadas. “A situação das obras, necessárias à garantia de fornecimento de energia em Porto Alegre na Copa de 2014, causa preocupação e pode comprometer o abastecimento da cidade-sede, caso não sejam tomadas as providências necessárias para a recuperação do cronograma” destaca o documento.

Essa informação não causa qualquer espanto, porque a CEEE, concessionária gaúcha responsável pela distribuição de energia no estado, anunciou que os recentes apagões decorrem da falta de informações dos consumidores à empresa por ocasião da aquisição de novos eletrodomésticos. É bom lembrar que o sistema de transmissão e distribuição de energia elétrica no Rio Grande do Sul deveria ser um dos melhores do País, pois Dilma Rousseff foi secretária estadual de Minas e Energia.

Homem de confiança de Dilma e diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hübner descartou qualquer possibilidade de falha no fornecimento de energia durante o período da Copa do Mundo. “Muitas obras daquelas ali são secundárias. Nós estamos levantando tudo e acionando as empresas para a gente recuperar tudo isso aí até a Copa”, declarou o executivo da Aneel.

Em um país que depende basicamente das usinas hidrelétricas para a geração de energia, é temerário antecipar o que ocorrerá daqui a quase dois anos, sem saber o que pode acontecer na natureza. A garantia de Hübner torna-se ainda mais duvidosa quando consideramos as declarações do diretor do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp, que disse, há algumas semanas, que o sistema de transmissão de energia no Brasil precisa de altos investimentos, o que não aconteceu até então para evitar o aumento da conta de luz. Chipp foi claro ao afirmar que não se pode garantir que apagões deixarão de acontecer.