Congresso precisa trabalhar para não levar puxão de orelha do Supremo, cobra líder do PPS

De volta à labuta – O líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), cobrou nesta quarta-feira (23/01) que o Congresso Nacional promova um mutirão no início dos trabalhos legislativos para votar matérias importantes que, sem apreciação, têm provocado questionamentos judiciais e prejudicado estados e municípios. A situação, alerta Bueno, desgasta cada vez mais a credibilidade do Legislativo.

“O Congresso precisa trabalhar para não ficar levando sucessivos puxões de orelha do Supremo e de outras instituições”, afirmou o líder do PPS, se referindo ao último episódio envolvendo o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB), com relação a não votação de projeto para definir as novas regras para o repasse do Fundo de Participação dos Estados (FPE).

Rubens Bueno cobra ainda a apreciação dos vetos dos presidentes Lula e Dilma Rousseff, em especial a questão da partilha dos royalties do petróleo, e a votação do Orçamento da União. “A falta de análise desses temas emperra a administração pública e afeta diretamente o planejamento de estados e municípios”, alerta.

Fim do 14° e 15º

Para o líder do PPS, a votação do projeto que extingue o 14° e 15º salários dos parlamentares também é urgente. “No caso do 14° e 15°, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT), se negou a colocar a proposta em votação, apesar do pedido de urgência que apresentei em maio do ano passado com o apoio da maioria dos líderes partidários. Espero que o novo presidente coloque a matéria na pauta, pois a sociedade não admite mais esse privilégio, que não tem nenhuma justificativa”, afirmou Bueno, que abriu mão do benefício em abril do ano passado, e apresentou projeto que extingue o pagamento.

O pedido de urgência do PPS reúne apoio de 14 partidos — PMDB, PSDB, PSol, PSD, PDT, DEM, PPS, PR, PTdoB, PRP, PHS, PTC, PSL e PRTB. Juntos, eles representam 297 deputados.

Perda de mandato e Mensalão do PT

Para Bueno, também é urgente a votação do segundo turno da PEC que acaba com o voto secreto no Legislativo. “Teremos pela frente a votação da perda de mandato dos parlamentares condenados no mensalão. Se o voto continuar sigiloso, muitos podem ser salvos e chegaremos a situação esdrúxula de termos deputados na cadeia, mas com mandato parlamentar”, alertou.

O líder do PPS defende ainda, como prioridade, a votação do projeto que põe fim ao fator previdenciário. “Trata-se de um mecanismo perverso que dificulta a aposentadoria de milhares de brasileiros”, justificou.