Salgueiro levou “Che Guevara” ao sambódromo porque a sociedade é preguiçosa e reage com atraso

É preciso se mexer – Como o Brasil está no período das folias de Momo, não há como comentar o fato de a escola de samba Acadêmicos do Salgueiro ter levado ao sambódromo carioca, na noite de domingo (10), um enredo que tinha homenagem a Ernesto “Che” Guevara, um comunista folclórico cuja imagem estampou muito mais camisetas do que o número de ações por ele capitaneadas em benefício do próximo. Comunismo é a teoria utópica de que tudo é comum a todos, mas o socialismo mostra-se uma burrice ideológica quando tenta rasar todos por baixo.

Assim como Fidel Castro, “Che” faz parte da história e até poderia ser enredo de uma escola de samba de Havana, mas no país que está a um passo de ser dragado pelo projeto totalitarista de poder do PT é um estridente sinal de alerta.

Não há como fugir da história, mas os cidadãos de bem podem e devem mudar o rumo dos próximos capítulos. O mais acintoso é que a Acadêmicos do Salgueiro foi beneficiada pelo governo federal, conseguindo autorização, por meio da Lei Rouanet, para captar R$ 4,9 milhões e custear o desfile que trouxe a imagem de Che Guevara esparramada em pandeiros, tamborins e outros instrumentos, assim como na fantasia dos integrantes da bateria.

Esse detalhe, que não passou despercebido, mostrou que o Brasil ruma para uma ditadura semelhante à que levou a Venezuela à derrocada econômica e ao sufocamento da liberdade de expressão. É preciso saber quais empresas que contribuíram financeiramente com a escola de samba, cujas cores oficiais são o vermelho e o branco, pois se na lista de doadores tiver alguma estatal, é caso de polícia.

Nenhum regime de exceção deve ser exaltado, independentemente de ser de direita ou de esquerda, pois os ditadores se nivelam por baixo. Ditadores são truculentos em muitos momentos do exercício do poder, quiçá assim não sejam o tempo todo, e não merecem o respeito do ser humano que defende a liberdade como lema de vida.

A ousadia da Acadêmicos do Salgueiro só foi possível porque a capacidade de reação da sociedade brasileira é quase nula. Assiste-se, fora dos cinco dias oficiais de Carnaval, um desfile consecutivo de desmandos, protagonizado por pessoas que usam a fantasia da falsa bondade. Mudar urgentemente o status quo que ameaça o País e a liberdade é preciso, antes que seja tarde demais. A polêmica do Salgueiro é apenas a ponta de um enorme e perigoso iceberg vermelho.

“Che” foi covarde e truculento com seus adversários políticos e ideológicos, assim como age qualquer candidato a tirano, que não tem vocação para querubim. Agiu com violência em suas tentativas de emplacar regimes ditatoriais na América Latina, mas acabou se transformando em fonte de renda para os capitalistas que não se importam com a ideologia e muito menos se o dinheiro que ganham incensa a utopia do totalitarismo e a obsolescência do comunismo.

O Brasil sofre uma avalanche comunista, travestida de socialismo, sem que a parcela de bem da sociedade se manifeste contrariamente, como se reagir custasse fortunas ou doesse muito. Enquanto o povo permanece estático diante de um projeto político perigoso que avança, os donos do poder proporcionam benefícios, por que não dinheiro, às ações que ajudam a catequizar a horda de incautos que continuam acreditando que a alienação e a socialização da miséria é a senha para o paraíso.