Anomalias meteorológicas no inverno do Hemisfério Norte podem ter chegado ao fim

Pausa nas surpresas – A porção norte do continente americano começa a se recuperar da tempestade devastadora Nemo, mas agora é a Europa que ficou coberta de neve. Tudo isso se deve à quebra de equilíbrio climático no Hemisfério Norte, acreditam especialistas.

A Polônia e a Eslováquia estão cobertas de neve. O tráfego nas estradas está paralisado. Na França foi declarado o nível “laranja” de alerta meteorológico. Por razões de segurança, nos aeroportos de Paris foram cancelados dezenas de voos, inclusive para Moscou. Na estação de esqui francesa de Bareges começaram evacuações de turistas e moradores das localidades vizinhas. Há neve em grandes quantidades, com perigo iminente de avalanches. A vida chegou a um impasse também no norte da Espanha. Enquanto lá estão limpando montes de neve, no sul do país está um calor de verão. Temperaturas excepcionalmente altas para o inverno mantêm-se na Rússia, Bielorrússia e Ucrânia. O chefe do Serviço Meteorológico da Rússia, Yuri Varakin, tem explicações para o contraste meteorológico que corre na Europa.

“O problema é que houve um influxo de frio do Mar do Norte, da Noruega. Por outro lado o Mediterrâneo e o Atlântico são bastante quentes. E com o contraste de massas de ar quente e frio a frente se intensificou, resultando em fortes nevascas. E a frente fria traz consigo, precisamente através da França, o frio. Nas montanhas as temperaturas chegam aos 20 graus negativos. Este frio foi formado na Groenlândia e forçou o ar quente para a Europa Oriental. Lá o tempo permanece excepcionalmente quente”, disse Varakin.

Um contraste de temperatura semelhante causou uma tempestade de neve nos EUA, provocando dez mortes. A cada ano as diferenças de temperatura estão ficando maiores.

O que antes era uma mera anomalia, agora está se tornando norma. E o clima está rapidamente mudando justamente no Hemisfério Norte. Devido à enorme quantidade de gases lançados na atmosfera, tem-se registrado seguidas mudanças das temperaturas dos fluxos de ar. As grandes cidades estão condenadas a nevascas e chuva gelada no inverno e a calor no verão, acredita o chefe do programa de clima do Fundo Mundial para a Natureza, Alexei Kokorin.

“É um desequilíbrio do sistema climático, que com uma probabilidade de 80 por cento é causada pela adição de que o homem trouxe para a atmosfera. São gases de efeito estufa, e poeira. A poeira esfria. Os gases de efeito estufa causam aquecimento. Na média, o aquecimento é maior. Por isso se fala sobre o aquecimento global”.

No inverno do Hemisfério Norte, o limite de anomalias está esgotado, acreditam especialistas. As nevascas e o frio na Europa Central em poucos dias deverão diminuir. E na Europa Oriental e na Rússia, onde agora o tempo está quente como na primavera, se espera uma queda da temperatura. Um ligeiro desvio da norma haverá apenas no nordeste da Rússia. Em Yakútia e Chukotka a temperatura será 8 graus mais fria do que o habitual – cerca de 55 graus negativos, mas na primavera e no verão o tempo continuará impertinente, com calor em algumas regiões e frio anormal em outras. (Com informações da rádio A Voz da Rússia)