Governo federal aguarda ansioso o momento para ingerir na segurança pública de Santa Catarina

Muito estranho – A estratégia está dando certo. Santa Catarina registrou nos últimos dias noventa ataques criminosos, a maioria a ônibus que foram incendiados. A população está aterrorizada e os motoristas e cobradores das empresas de transporte coletivo cruzaram os braços durante uma hora na manhã desta quinta-feira (14) por causa da insegurança.

O governador Raimundo Colombo, do PSD (ex-DEM), fechou acordo com o Ministério da Justiça para a transferência de detentos para presídios federais de segurança máxima, mas a proposta do governo de Dilma Rousseff é enviar a Santa Catarina homens da Força Nacional de Segurança, além de colaborar com o serviço de inteligência policial do estado sulista.

A exemplo do que ocorreu recentemente em São Paulo, as ordens para os ataques partiram de dentro dos presídios e foram dadas por líderes de facções criminosas. O objetivo é desestabilizar a segurança pública local e abrir frente para o governo federal entrar em cena. Por certo surgirão especialistas no assunto alegando que se trata de teoria da conspiração, mas essa é a estratégia com vistas às eleições de 2014. Afinal, Santa Catarina é governada por político que até outro dia era da oposição. E o PT está de olho no Palácio da Agronômica, sede do governo, onde quer ver instalada a companheira Ideli Salvatti.

Caso Raimundo Colombo aceite a proposta do governo federal e receba integrantes da Força Nacional de Segurança, o que por enquanto está descartado, o contingente policial catarinense aumentará no máximo em 200 agentes. O que nada muda em termos de combate ao crime organizado.

O governo da presidente Dilma Rousseff precisa fazer a sua parte e patrulhar as fronteiras, combatendo o tráfico de drogas e o contrabando de armas, muitas delas longas e de uso exclusivo das Forças Armadas, ação que diminuiria sensivelmente os índices de criminalidade nas cidades brasileiras. Qualquer ação nesse sentido comprometeria as fontes de financiamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que contam com apoio financeiro e logístico do governo da Venezuela.

Os leitores podem anotar: Minas Gerais, nas mãos do PSDB, será o próximo estado a ser palco dessas repentinas e violentas ações do crime organizado, que só cessam quando o governo federal entra em cena. Não é possível que as polícias de três dos mais importantes estados da federação – São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais – não sejam capazes, com suas respectivas tropas, de combater o que o governo federal consegue em questão de dias. É o tipo da história mal contada, para não afirmar que se trata de mais uma estória da Carochinha.