De olho na reeleição, Dilma fará reforma ministerial sem critérios e Brizola Neto será descartado

Liberou geral – Assim como o antecessor, a presidente Dilma Rousseff não cumpre as promessas de campanha. Tão logo teve a vitória confirmada nas urnas, em 2010, Dilma disse que a equipe ministerial teria caráter eminentemente técnico e que em seu governo o combate à corrupção seria prioridade. Nada disso aconteceu até agora e também não acontecerá.

A razão desse descumprimento de promessa é muito simples. Sem quadro à altura de um governo como exige um país como o Brasil e sem projeto algum que convença, Dilma precisa se cercar de apoio político, comprado não mais pelas mesadas regulares que embasaram o escândalo do Mensalão do PT, mas pelo loteamento da máquina pública, começando pela Esplanada dos Ministérios.

Ao Palácio do Planalto pouco importa a competência de quem está em determinada pasta ou será indicado para outra. A essa altura o que interessa é que Dilma tenha apoio político suficiente para continuar sonhando com a reeleição. E por conta desse projeto o Brasil ficará nas mãos de incompetentes, que só conseguem enxergar o próprio interesse ou o da legenda a qual pertence.

Depois das acusações contra o então ministro Carlos Lupi, do Trabalho, Dilma tentou quitar uma fatura pessoal do passado e colocou no ministério Carlos Daudt Brizola (PDT-RJ), o deputado Brizola Neto, que como o próprio nome político mostra é neto do falecido Leonel de Moura Brizola, que apadrinhou o ingresso oficial da presidente na vida política.

Brizola Neto, como já viu pelos números, pouco ou nada fez em prol do setor, até porque o governo não lhe deu condições para tal, o que não significa que o ministro tem a competência necessária para o cargo. Ou seja, trata-se de um caso de incompetência recíproca. Do governo do PT e do ministro do PDT.

Na reforma ministerial que estava agendada para este mês, mas foi adiada para março para garantir a amplidão das costuras políticas, a presidente Dilma Rousseff deve substituir Brizola Neto pelo também pedetista Manoel Dias, informa o jornalista Oscar Andrades em seu blog. A indicação é do presidente nacional do partido, Carlos Lupi, que só emplacará no cargo o companheiro de legenda se garantir apoio à reeleição de Dilma.

Manoel Dias é presidente do capítulo catarinense do PDT e no caso de tornar-se ministro terá missão extra para cumprir. Impedir a divisão que já é clara no partido, que prefere apoiar a candidatura do senador Cristovam Buarque à presidência, em 2014.