Novo papa enfrentará os mesmos problemas e conviverá com os criminosos de sempre

Olho do furacão – Às 13h05 (horário de Brasília) desta quinta-feira (28), foi acionado o motor do helicóptero que levou o alemão Joseph Ratzinger para a o Palácio de Castel Gandolfo, residência de verão o Vaticano e utilizada pelos chefes da Igreja Católica. A aeronave decolou do heliporto que fica intramuros e partiu para uma rápida viagem de 27 quilômetros à Leste de Roma.

A renúncia do papa Bento XVI foi uma das notícias mais veiculadas na imprensa internacional desde o último dia 11 de fevereiro, quando o cardeal alemão anunciou sua decisão, mas precisou que clérigos brasileiros afirmassem, em entrevista a um canal de televisão, que Ratzinger sofria risco de morte para que as matérias e artigos aqui publicados ganhassem a chancela da veracidade. Durante as duas últimas semanas, alucinados se voltaram contra o editor do ucho.info, como se em algum momento tivéssemos revelado alguma inverdade sobre a Santa Sé.

Joseph Ratzinger era alvo de um plano de atentado, que foi desenhado por mafiosos sicilianos e um bispo local, que usava as contas pessoais no Banco do Vaticano para lavar o dinheiro sujo de integrantes da Cosa Nostra, a máfia da Sicilia. Há quem diga que Bento XVI foi corajoso ao decidir pela renúncia, mas ele foi prudente e preferiu preservar a própria vida.

Em todas as partes os representantes da Igreja Católica pediram aos fieis que nesta quinta-feira rezassem não penas por Joseph Ratzinger, mas também pelo próximo papa e pelos destinos da religião que fez do Vaticano uma cidade-Estado, mas nada de diferente acontecerá além do que se passou até então nas coxias da Praça São Pedro.

Independentemente de quem seja o próximo pontífice e qual seja a sua corrente ideológica, se é que assim podemos classificar, o Vaticano é Um estado de fato e de direito e como tal tem suas mazelas, assim como acontece em todos os outros espalhados pelo planeta e que convivem com a disputa covarde pelo poder.

O cardeal que for escolhido pelo conclave, que se inicia na sexta-feira (1), enfrentará os mesmos problemas que marcaram o pontificado dos antecessores. Brigas entre facções, corrupção, lavagem de dinheiro, pedofilia e envolvimento com organizações criminosas. Assim funciona o Vaticano há algumas décadas e qualquer mudança radical no meio de um processo longevo e viciado levará à sua paralisia.

Assim como aconteceu ao longo dos anos, o próximo papa será refém de grupos rivais históricos, como Ordem de Malta, Cavaleiros de Colombo, Maçonaria e organizações mafiosas. Membro da Ordem de Malta, o que ficou evidente durante o pontificado nos paramentos de sua batina, Joseph Ratzinger nomeou, não por acaso, o alemão Ernst Von Freyberg para a presidência do Banco do Vaticano, uma das mais conhecidas e atuantes lavanderias financeiras de todos os tempos.

A grande questão que embalará o pontificado do próximo papa é a influência crescente dos Cavaleiros de Colombo, que muitas vezes se autodeclara o “braço direito da Igreja Católica”. A atuação dos Cavaleiros de Colombo se concentra nas Américas Central e do Norte, em especial nos Estados Unidos, onde muitos agentes do serviço secreto norte-americano integram a ordem religiosa. Na outra ponta da pressão que sofrerá o novo papa está a Ordem de Malta, cujas ligações com a Maçonaria e grupos mafiosos marcaram sua própria história, apesar de muitos de seus integrantes exibirem uma falsa postura de probidade e retidão, que serve para camuflar a verdade.

Uma das incontestáveis provas do envolvimento da Ordem de Malta, que domina os bastidores do Vaticano, com a Maçonaria e a máfia foi o escândalo que mandou pelos ares o Banco Ambrosiano. Membro destacado da Ordem de Malta, Licio Gelli, chefão da loja maçônica P2, se juntou ao mafioso Michele Sindona (o Tubarão), ao finado cardeal Paulo Marcinkus (o Gorila) e a Roberto Calvi para transformar o Ambrosiano em uma escandalosa lavanderia financeira, que também foi alvo de desvio de dinheiro para o custeio das despesas pessoais de muitos clérigos de alta patente.

O escândalo do Banco Ambrosiano, acompanhado in loco, em Milão, pelo editor do ucho.info, continua sendo um dos melhores enredos para filmes de terror e realidade, pois muitas mortes ocorreram a mando da quadrilha que era liderada por Marcinkus, à época o homem forte do Vaticano.

É importante destacar que não colocamos em xeque os ensinamentos de Cristo e nem mesmo adotamos o pensamento pasteurizado de que todos os integrantes das organizações acima citadas são criminosos. Apenas relatamos fatos que a história mostra e comprova, não deixando qualquer brecha para dúvidas a respeito dos assuntos em questão.

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