Por segurar processos de Roseana Sarney, procurador da República será alvo de pedido de impeachment

Acordo de bastidor – No momento em que o senador José Sarney (PMDB-AP) se licencia temporariamente (quatro meses) do parlamento, a vida política de sua filha, a governadora Roseana Sarney (Maranhão), pode entrar em período de intenso inferno astral.

Primo do ex-governador Jackson Lago, que foi ejetado do cargo por causa de ação judicial promovida por Roseana, Aderson de Carvalho Lago Filho protocolará no Senado Federal, ainda nesta semana, pedido de impeachment do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Lago Filho juntará ao seu pedido três ações contra Rosana Sarney.

De acordo com o jornalista maranhense John Cutrim, em 18 de fevereiro Aderson encaminhou ao procurador-geral uma representação por crime de responsabilidade contra o próprio Gurgel. No documento foram anexados espelhos da “movimentação processual”, o que se analisado com um pouco de boa vontade percebe-se que não passa de “paralisação processual”.

Aderson Lago Filho alega que o procurador sentou sobre os processos contra a governadora, entre eles uma notícia-crime contra Roseana que datada de julho de 2010. Há nessa epopeia envolvendo a governadora maranhense uma sequência de aberrações. No Tribunal Superior Eleitoral, o relator do processo contra Roseana era o então ministro Arnaldo Versiani, mas Gurgel segurou a documentação até o término do mandato do magistrado. Muito estranhamente, depois da saída de Versiani do TSE, o caso envolvendo Roseana Sarney foi redistribuído e caiu no colo da ministra Luciana Lóssio.

Como noticiamos anteriormente, Luciana Lóssio foi advogada do clã Sarney durante oito longos anos. A proximidade entre o senador e a agora ministra Luciana levou Sarney à cerimônia de Luciana Lócio no TSE.

Outro comportamento suspeito que pesa contra Roberto Gurgel é a sua atuação nada célere no recurso contra a “expedição de diploma” de governadora a Roseana Sarney. A relatoria do caso estava sob a responsabilidade da vice-procuradora-geral da República, Sandra Cureau, que já tinha decisão finalizada, mas uma estranha reviravolta fez com que o processo acabasse no gabinete de Gurgel.

Nesse bisonho movimento de vai e vem processual, mais de dois anos já se passaram e Roseana Sarney, que deveria ter o mandato cassado por abuso de poder político e econômico, continua no cargo, como se os seus atos no mandato anterior não fossem idênticos aos que ela alegou para tomar a cadeira de Jackson Lago.