Inflação oficial recua em fevereiro, mas no acumulado de 12 meses está a um passo do teto da meta

Sem freio – Nesta sexta-feira (8), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação oficial de fevereiro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,6%, inferior à de janeiro (0,86%).

De acordo com o órgão, a redução da tarifa de energia elétrica, que em média registrou queda de 15,71%, mas é preciso considerar que esse dado é irreal, pois a indenização que o governo federal terá de pagar às empresas geradoras é de R$ 8,5 bilhões por ano, dinheiro que sairá do bolso do contribuinte. Em outras palavras, o governo populista do PT deu cinco e tomou seis.

Se a inflação de fevereiro recuou em comparação ao mês anterior, a acumulada no ano é de 1,47%, maior do que a registrada no mesmo período de 2012, que ficou em 1,01%. No acumulado dos últimos doze meses, a inflação está na casa dos 6,31%, acima dos 6,15% registrados no mesmo delta de tempo encerrado em janeiro.

Analisados de forma ampla, esses números mostram que o governo perdeu a mão no controle da inflação, que cada vez mais se aproxima do teto da meta (6,5%) o que tem levado o Banco Central à preocupação, que ficou clara na última decisão do Copom sobre a taxa Selic.

O BC já sinalizou que a taxa básica de juro deve subir na próxima reunião do Copom, como forma de conter a inflação com base na contenção do consumo. No contraponto, o dólar encerrou a quinta-feira (7) valendo R$ 1,99, cenário que facilita a entrada de produtos estrangeiros no mercado e complica ainda mais a difícil situação enfrentada pela indústria nacional.

A anunciada recuperação da indústria verde-loura anunciada e comemorada na quinta-feira, com crescimento de 2,5% em janeiro, foi por água abaixo com os dados do IBGE sobre a inflação e a valorização do real frente à moeda norte-americana. Por isso torna-se cada vez mais absurda a ideia palaciana de reverter a crise com o consumo interno.

E o governo da presidente Dilma Rousseff, que reúne um punhado de gênios e messiânicos, continua brincando de faz de conta, uma vez que a inflação real, aquele enfrentada pelos cidadãos no cotidiano, é pelo menos três vezes maior.