Em Roma, Dilma fala sobre respeito às “opções diferenciadas”, assunto que no Brasil é via de mão única

(Foto: Lalo de Almeida - Folhapress)
Conversa fiada – Como ninguém é de ferro e o dinheiro do contribuinte serve para financiar benesses aos governantes, a presidente Dilma Rousseff, que viajou à Itália para participar da cerimônia de entronização do cardeal argentino Jorge Maria Bergoglio, o papa Francisco, aproveitou sua estada em Roma para visitar a exposição do pintor Tiziano, como se a embaixada brasileira no país fosse um primor e não tivesse assuntos a resolver.

A assessoria presidencial não divulgou informações sobre a agenda de Dilma na manhã desta segunda-feira (18), mas jornalistas encontraram a comitiva brasileira no museu Scuderie del Quirinale. A presidente estava acompanhada dos ministros Antônio Patriota (Relações Exteriores), Aloizio Mercadante (Educação), Gilberto Carvalho (Secretário Geral da Presidência) e Helena Chagas (Comunicação).

Ao deixar a exposição do pintor italiano, Dilma, cercada por jornalistas brasileiros, disse que ao chefe da Igreja Católica não basta defender os pobres, mas compreender as “opções diferenciadas das pessoas”.

“Eu acho que ele tem um papel a cumprir. [A defesa dos pobres] é uma postura importante. É claro que o mundo pede hoje além disso. Que as pessoas sejam compreendidas e que as opções diferenciadas das pessoas sejam compreendidas”, declarou a mandatária brasileira.

Dilma adotou um discurso genérico para tratar das “opções diferenciadas das pessoas”, mas é sabido que sua declaração foi um recado para Jorge Bergoglio, que antes de chegar à Santa Sé sempre foi contrário ao aborto e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

O mundo contemporâneo é plural e a Igreja precisa se aproximar o máximo possível da realidade dos dias atuais, sem vilipendiar seus conceitos básicos, mas a defesa feita por Dilma Rousseff deve valer também aos que fazem oposição ao seu governo e ao seu partido, o PT, responsável pelo período mais corrupto da história política brasileira.

Se de fato Dilma pensa dessa maneira, que suas ideias façam eco nas entranhas da cúpula do Partido dos Trabalhadores, que financia uma tropa de choque cibernética para incomodar os que não concordam com os dogmas da legenda e com a forma de governar que levou o Brasil a uma crise econômica preocupante.

A democracia só é boa e eficiente quando todos são respeitados e têm seus ideais invioláveis, mesmo que uma minoria queira impor seus desejos por métodos totalitaristas. Não sendo assim, o que se vive é ditadura.