Artistas que participaram de ato contra Marco Feliciano são incapazes de reclamar da corrupção

(Foto: Fabio Motta - Estadão)
Oportunistas de encomenda – Quando o ucho.info afirma que a polêmica envolvendo o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, está sendo usada politicamente, alguns se rebelam alegando que trata-se de intransigência deste noticioso. Em diversas ocasiões destacamos o nosso repúdio ao ortodoxismo, que em qualquer segmento é no mínimo perigoso.

Como a disputa presidencial foi jogada nas ruas com excesso de antecedência, a classe política não quer perder o embalo e já pega carona em mais um absurdo que ajudará a manter a paralisia que toma conta do Brasil.

Na segunda-feira (25), no Rio de Janeiro, artistas, líderes religiosos, políticos e representantes de movimentos sociais participaram de ato contra Marco Feliciano, organizado pelo deputado Jean Wyllys (PSol-RJ) e que teve lugar na Associação Brasileira de Imprensa (ABI). O evento foi um protesto contra o “projeto político de intolerância que a presidência do pastor Marco Feliciano representa para o Congresso e para os brasileiros”.

O viés oportunista do encontro ficou evidente nas declarações de Jean Wyllys, que afirmou ser “muito significativo” o silêncio dos eventuais candidatos à Presidência em 2014. “Eles sabem o quanto a temática em torno das minorias é estratégica. Não querem se comprometer. Ignorar esse movimento é inadmissível”, disse o ex-participante do BBB.

Quando se fala em tolerância, o único caminho é a solução pacífica, o que os revoltosos descartam. Querem impor uma ditadura das minorias, como se o Brasil precisasse de mais exceções à regra. A Constituição é clara ao estabelecer que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Fora desses parâmetros, qualquer transgressão é contemplada com o rigor da lei.

Muito estranhamente, artistas como Caetano Veloso, Preta Gil, Wagner Moura, Leandra Leal, entre outros que participaram do ato contra o deputado-pastor, jamais encontram tempo para protestar contra a corrupção desenfreada patrocinada pelo Partido dos Trabalhadores e que levou à ruína, em apenas uma década, uma economia que era considerada como emergente. Esses mesmos artistas não têm espaço na agenda para atos de repúdio ao governo petista, que continua paralisado diante da já descontrolada inflação. Ao contrário, aparecem em campanhas publicitárias do governo em troca de polpudos cachês.

Como mencionado anteriormente, nenhuma ação ortodoxa é benéfica à sociedade. Em seu artigo 5º, parágrafo VI, a Constituição Federal é cristalina ao garantir que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença”. Marco Feliciano é evangélico e como tal defende os dogmas da religião que abraçou. Ser contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo não significa ser homofóbico.

Se a opinião pública concordar com mais um estupro da Carta Magna, o Brasil passará a ser refém de qualquer grito que se dê no fundo do quintal, o que desmontará o Estado Democrático de Direito e colocará a sociedade à beira do abismo. Marco Feliciano chegou à presidência da Comissão de Direitos Humanos de forma legal e contando com o desinteresse da população pela política. Além disso, sua eleição se deu com o conhecimento de todos os parlamentares da Câmara dos Deputados. Quem ora protesta ou não tem competência para o cargo ou faltou ao trabalho.