Maria do Rosário abusa da insanidade discursiva e não olha para as mazelas petistas

Parafuso solto – Ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, a petista gaúcha Maria do Rosário é a personificação da incoerência. Nesta segunda-feira (8), a ministra afirmou que as declarações do presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), fora do Congresso Nacional têm incitado o ódio a e intolerância.

Há duas semanas, o deputado Marco Feliciano, em culto evangélico, disse que antes da sua chegada à presidência da CDHM o colegiado era comandado por Satanás. Em vídeos publicados na internet, o pastor diz que Deus teria mandado matar o cantor John Lennon, dos Beatles, e os integrantes da banda “Mamonas Assassinas”, vítimas de um acidente aéreo nas proximidades do aeroporto internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo.

“É lamentável que nos deparemos a cada dia com mais um pronunciamento, intervenção que incita o ódio, a intolerância e o preconceito. Já ultrapassa a barreira de uma comissão da Câmara. Diz respeito a todos nós”, disse Maria do Rosário, no Senado. “A Câmara, certamente, encontrará uma solução, ou o próprio Ministério Público, porque incitar a violência e o ódio é uma atitude ilegal e inconstitucional”, acrescentou a ministra.

Ao chegar à exposição em memória dos mortos no Holocausto e para marcar os 70 anos da insurreição dos judeus no Gueto de Varsóvia, na Polônia, Maria do Rosário lembrou que a intolerância e o preconceito foram responsáveis por massacres.

“Jamais uma etnia, uma religiosidade, uma forma de existência pode perceber-se superior às demais formas de existência humana. Estamos vendo aqui, em uma exposição sobre o Holocausto, o resultado do ódio, da intolerância e do desrespeito humano ao próximo, seja do ponto de vista étnico ou religioso”, disse a ministra.

Maria do Rosário é a primeira integrante do governo do PT a comentar sobre a polêmica que envolve o deputado Marco Feliciano, que, é preciso reconhecer, apelou ao devaneio quando se referiu a John Lennon e aos “Mamonas Assassinas”. No tocante ao fato de o parlamentar ter citado Satanás em culto, Maria do Rosário não tem o direito de dar qualquer palpite, pois a Constituição Federal prevê a liberdade religiosa. E cada um crê no que lhe convier.

A ministra precisa compreender que se Lula falou em “herança maldita” longo no primeiro mandato presidencial para camuflar sua conhecida e comprovada incompetência, não há razão para criticar a fala de Marco Feliciano, que no mencionado discurso não estava a serviço do Legislativo e muito menos do governo.

Maria do Rosário, que posa de politicamente correta quando convém a si e ao PT, precisa ser avisada que incitação ao ódio e à discriminação não pode ser pontuada apenas na fala de alguns, mas de maneira isonômica, independente de quem for o parlapatão. Aduladora confessa de Lula, a ministra deve se recordar quando o ex-presidente disse que acidade de Pelotas é exportadora de “viados”.

A ministra não pode ter esquecido o comportamento inadequado de sua companheira de Esplanada dos Ministérios, a arrogante Marta Suplicy, que durante campanha eleitoral questionou a masculinidade de seu então adversário, o ex-prefeito Gilberto Kassab, atualmente um aliado do governo. A mesma Marta, que finge ser defensora dos mais necessitados, disse certa feita, depois de enchente na capital paulista, que “pobre é falso, diz que não tem nada, mas qualquer chuvinha diz que perdeu tudo”.

No tocante ao “resultado do ódio, da intolerância e do desrespeito humano ao próximo”, Maria do Rosário, que é uma comunista radical, foi cautelosa para não ferir suscetibilidades na cúpula da esquerda internacional, em especial os facinorosos irmãos Raúl e Fidel Castro, cuja cartilha ideológica os companheiros petistas seguem à risca, como se a ilha caribenha jamais tivesse sido palco de um Holocausto mais longevo e em menores proporções.

Para alcançar a proeza de transformar o Brasil em baderna e alimentar a corrupção desenfreada, o PT adotou a tática de colocar lobos tomando conta do galinheiro. Maria do Rosário deveria, antes de qualquer declaração estapafúrdia, olhar para o próprio partido e rever suas posições ideológicas, pois a presidente Dilma Rousseff conseguiu indicar pessoa incoerente para tratar de assuntos sérios. E cuidar de direitos humanos está a anos-luz de gazeta ideológica.