José Dirceu tenta reviravolta no julgamento do Mensalão do PT e acusa ministro Luiz Fux sem prova

Lanterna dos afogados – Jogo sujo e barato é a especialidade de nove entre dez petistas, algo evidente nesses dez anos em que a legenda está no poder central. Com as decisões do Supremo Tribunal Federal acerca da Ação Penal 470 (Mensalão do PT) caminhando na direção do irreversível, os condenados começam a apelar na esperança de tumultuar o que já está sacramentado.

Enquanto alguns dos condenados insistem em afirmar que são inocentes, apesar de provas incontestáveis, o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu agora lança ao vento a afirmação de que o ministro Luiz Fux prometera absolvê-lo no julgamento do maior escândalo de corrupção da história nacional, antes de assumir vaga na Suprema Corte.

Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, José Dirceu afirmou que foi “assediado moralmente” durante seis meses até receber em palácio o agora ministro. “Eu não estou dizendo que ele mentiu. Eu estou dizendo que soa ridículo. É só isso que eu vou dizer. E ele tomou a iniciativa de dizer que ia me absolver”, declarou o chefe do Mensalão do PT.

Diante da aludida promessa feita por Fux, o mensaleiro condenado teria dito: “Eu não quero que o Sr. me absolva. Eu quero que o Sr. vote nos autos, porque eu sou inocente”.

Por viver em uma democracia, que frequentemente corre riscos, José Dirceu pode dizer o que bem quiser, pois nada terá validade se provas não forem apresentadas. Se não gravou o encontro com Luiz Fux, o que lhe daria condições de colocar o magistrado sob suspeição, o ex-comissário palaciano perdeu o veneno que lhe foi inoculado em Havana durante o exílio.

O que José Dirceu intenta é escapar de alguma forma de uma condenação já consumada. Alegar inocência é o direito de qualquer réu, pois garante a Constituição Federal o direito de o cidadão não produzir provas contra si mesmo. Acontece que há na Avenida Paulista, em São Paulo, pelo menos um empresário que poderia esclarecer os fatos e provar o conluio entre Dirceu e Marcos Valério, o operador do Mensalão do PT.