Valério acusou Lula e foi chamado de oportunista, Dirceu acusa ministro do STF e petistas silenciam

Dois pesos – O que serve para o PT não vale para os adversários. Essa afirmação pode parecer como chuva no molhado, mas é assim que cada vez mais a cúpula do Partido dos Trabalhadores age para proteger e defender seus integrantes.

Condenado a dez anos e dez meses de prisão na Ação Penal 470 (Mensalão do PT), o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu de Oliveira e Silva é de fato um cidadão movido a antagonismos. Nos tempos em que ainda engrossava a ruidosa oposição, Dirceu ocupou a tribuna da Câmara para defender a cassação do então deputado federal Ricardo Fiúza, na ocasião filiado ao PFL pernambucano e acusado de envolvimento no escândalo que ficou nacionalmente conhecido como “Anões do Orçamento”.

Apoiado no falso moralismo, José Dirceu disse, do alto de sua soberba, que para a cassação de um mandato parlamentar eram necessárias apenas evidências, não provas. Para quem se diz advogado, um absurdo jurídico sem precedentes. Fiúza acabou absolvido pelo plenário da Câmara. No caso do Mensalão do PT, Dirceu foi condenado com base em provas, mas ele continua alegando que é inocente e vítima de um golpe.

Quando Marcos Valério Fernandes de Souza revelou à Procuradoria-Geral da República detalhes do maior escândalo de corrupção da história nacional, o PT não demorou a acusar o operador do Mensalão de ser mentiroso e oportunista. A suposta mitomania de Valério ficou tão evidente, que o Ministério Público Federal decidiu investigar o envolvimento de Lula no caso do Mensalão do PT, para começar o estrago.

Agora, com o trânsito em julgado da sentença condenatória se aproximando, José Dirceu vem a público e afirma que Luiz Fux, ministro do Supremo Tribunal Federal, prometeu absolvê-lo na Ação Penal 470 quando ainda não havia assumido uma vaga na Corte. Verdade ou não fato é que José Dirceu não apresentou provas do que disse e nenhum petista ousou classificar como oportunista a atitude do ex-ministro.

Essa democracia fajuta e que pende para um lado só, defendida a ferro e fogo pelo PT, é o terreno fértil e necessário para se instalar um regime totalitário, o que já acontece no Brasil com a anuência complacente da ditadura dos acomodados.