Morre em São Paulo o jornalista Ruy Mesquita, o “Dr. Ruy”, diretor de “O Estado de S. Paulo”

Minuto de silêncio – Morreu nesta terça-feira (21) na capital paulista, aos 88 anos, o jornalista Ruy Mesquita, o “Dr. Ruy”, diretor do jornal “O Estado de S. Paulo”. No último dia 25 de abril, Ruy Mesquita foi internado no Hospital Sírio-Libanês com diagnóstico de câncer de base de língua.

Representante de uma tradicional família de defensores da democracia e da liberdade, Ruy Mesquita não fugiu à regra e seguiu o manto familiar que emoldura a linha editorial de um dos mais importantes jornais do País.

Em sua trajetória, Dr. Ruy participou de importantes e históricos momentos do Brasil e da América Latina. Nos anos 50, acompanhou de perto a Revolução Cubana e foi homenageado pelos irmãos-ditadores Fidel e Raúl Castro, de quem se tornaria um ácido e conhecido crítico.

No Brasil, antes do golpe de 64, reuniu-se com os militares, a quem dedicou apoio em nome da democracia, mas em seguida passou a criticar duramente os protagonistas da ditadura. Juntamente com o pai e o irmão, Dr. Ruy colocou em marcha uma das mais contundentes resistências à censura prévia, substituindo as reportagens vetadas pelos militares por poemas e receitas.

Aos 88 anos, Ruy Mesquita manteve a rotina de trabalho até a véspera da internação. Responsável pela opinião de “O Estado de S. Paulo” desde a morte de seu irmão Julio de Mesquita Neto, em 1996, ele se reunia diariamente com os editorialistas para definir as tradicionais “Notas & Informações” da página 3. De hábitos reclusos, dividia seu tempo entre o jornal e a casa, onde se dedicava a leituras. Deixa a mulher, Laura Maria Sampaio Lara Mesquita, os filhos Ruy, Fernão, Rodrigo e João, doze netos e um bisneto.

O ucho.info e seu editor se solidarizam com a família e os funcionários do Estadão, sempre lembrando que dentro de sua conhecida introspecção Dr. Ruy esparramou suas ideias pelo mundo. É uma perda irreparável, mas o dever cumprido e o legado inconteste sempre serão a melhor das lembranças. Descanse em paz, Dr. Ruy! (Com informações do Estadão)