PMDB não se amedronta com o PT palaciano e protocola pedido de criação da CPI da Petrobras

Briga de titãs – Sob as ordens nada diplomáticas de Dilma Rousseff, os palacianos continuam dispostos a atropelar a bancada do PMDB na Câmara dos Deputados, decisão que para os que acompanham o cotidiano do parlamento não passa de um suicídio político.

Na colcha de retalhos em que se transformou a chamada base aliada, o maior partido é, como muita folga, o PMDB, o que dá a legenda um poder de barganha que beira muitas vezes a seara da ameaça e da chantagem. A queda de braços que se instalou entre o governo e o PMDB durante a Medida Provisória 595 (MP dos Portos) deixou claro que o partido está disposto a tudo e mais um pouco para fazer valer a sua vontade.

De chofre é possível pensar que não se trata de uma atitude republicana do PMDB, mas o governo do PT agora experimenta as consequências do perigoso escambo político que toma conta do Congresso Nacional. Horas depois da aprovação da MP dos Portos, o ucho.info alertou para o fato de que não é por ideologia, patriotismo ou eficácia administrativa que o governo de Dilma Rousseff conta com uma base de apoio na Câmara com 423 deputados, enquanto o total de parlamentares da Casa é de 513.

Para provar mais uma vez que não está para brincadeira e que ainda tem muita munição para continuar guerreando, o PMDB protocolou na quarta-feira (22) um requerimento para a criação da Petrobras. Se a iniciativa prosperar, Dilma e o PT devem se preparar para o pior, pois muito antes de ver jorrar o petróleo do pré-sal os brasileiros conhecerão o mar de lama que banha a Esplanada dos Ministérios. E nesse tiroteio a previsão é que muitos tombem logo nos primeiros disparos.

O documento protocolado pelo PMDB continha, até ontem, 199 assinaturas, acima do mínimo exigido pelo regimento interno da Câmara, que é de 171. O PMDB conseguiu o apoio de parlamentares do PP e do PR, dois partidos da base aliada, além de oposicionistas. A operação ficou a cargo do deputado federal Leonardo Quintão (PMDB-MG), mas assessores presidenciais têm certeza que por trás está Eduardo Cunha (RJ), líder do partido na Câmara.

Quando Eduardo Cunha foi anunciado como líder da bancada do PMDB na Casa, o ucho.info destacou que o Planalto precisaria ter cuidado redobrado a partir de então. A continuar assim, Dilma corre o sério risco de ver seu sonho de reeleição se transformar e pesadelo inesquecível. Isso explica o fato de Dilma ter recebido o antecessor Lula duas vezes em apenas uma semana. A grande questão é saber o que é menos arriscado: confiar em Lula ou negociar com Eduardo Cunha.