Fiasco anunciado – A quatro dias do início da Copa das Confederações, integrantes do governo federal garantem que está tudo pronto. Para alguns palacianos, o País conseguiu superar as barreiras e vencer os pessimistas de plantão, como se a construção de meia dúzia de estádios fosse o ápice do sucesso. Esse tipo de obra qualquer empreiteira minimamente estruturada consegue fazer, desde que o dinheiro, público ou não, apareça no caixa.
O grande problema na seara das Copas das Confederações e do Mundo está na mobilidade urbana, que ainda carece de muito tempo e investimento pesado. E é exatamente nesse ponto que o cronômetro será implacável.
Enquanto os palacianos comemoram, empresas de telefonia celular informam que durante a Copa das Confederações o serviço de dados e voz (4G) não estará funcionando plenamente. Considerando que em condições normais os telefones celulares não funcionam no Brasil, não é preciso esforço extra do raciocínio para adivinhar o que acontecerá em termos de comunicação durante a competição.
As empresas alegam que encontraram dificuldades para a instalação das torres necessárias para o funcionamento da rede 4G. Por operar em frequência diferente de outros países, a rede 4G brasileira exigirá a instalação de um número maior de torres de conexão.
O Brasil é o país da piada pronta, como afirma o jornalista José Simão, e do jeitinho (status longevo), mas esse cenário não mudará tão cedo. É no mínimo inimaginável pensar que um evento esportivo que reúne as mais importantes seleções de futebol do planeta não contará com um serviço de comunicação à altura da tecnologia atual.
Em relação aos aeroportos, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vistoriou os aeroportos das cidades-sede da Copa das Confederações e alguns outros vitais para a malha aeroviária, mas não se pode confiar no aval dado pelo órgão. Até porque, se no dia a dia os aeroportos enfrentam problemas de toda ordem, com o aumento de demanda a situação deve complicar. Sem contar que nessa época do ano em muitas cidades do País o dia rompe com denso nevoeiro. Aguardemos, pois!
