Incêndio no Mercado de Porto Alegre é resultado da irresponsabilidade e do descaso dos governantes

Chamas da incompetência – Tão logo iniciou o incêndio no Mercado Porto Alegre, na noite do último sábado (6), o governador Tarso Genro (PT) determinou aos seus assessores que fossem ao local para explicar o inexplicável. Prédio histórico e um dos monumentos da capital gaúcha, o Mercado Público de Porto Alegre, inaugurado em 1869, foi parcialmente consumido pelas chamas porque os bombeiros enfrentaram dificuldades para combater o incêndio.

Entre as dificuldades estão a falta de equipamentos adequados e a dificuldade para captação de água. Quem mora em Porto Alegre sabe que, há anos, funcionava em frente ao mercado uma unidade do Corpo de Bombeiros, desativada sem justificativa. Como se fosse pouco, o Rio Guaíba está a cem metros do local do incêndio, mas mesmo assim os bombeiros enfrentaram dificuldades com falta d’água.

Tarso Genro, o peremptório, precisa tomar posse de fato como governador, pois administrar um dos mais importantes estados brasileiros com excesso de irresponsabilidade é no mínimo atitude criminosa. Acostumado a ingerir nos assuntos da Brigada Militar, que tem o Corpo de Bombeiros em seu organograma, o governador deve dar mais atenção à atuação da corporação no estado, pois a tragédia da boate Kiss, em Santa Maria, foi um duro recado às autoridades, que não têm demonstrado boa vontade para evitar novos incidentes. Recebendo em média 50 mil pessoas por dia, o Mercado de Porto Alegre seria palco de nova tragédia se o incêndio tivesse ocorrido em horário comercial.

Para agravar a situação de descaso das autoridades, a sede da prefeitura porto-alegrense fica próxima ao local, mas o mercado estava com o Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) vencido, de acordo com informações dos bombeiros. Ou seja, o prefeito José Fortunati (PDT) também precisa ser arrastado para o patíbulo da culpa.

Para que o leitor entenda a extensão do problema, o Rio Grande do Sul tem aproximadamente 3 mil bombeiros, enquanto o contingente adequado, de acordo com normas internacionais, é de 11 mil, considerada a população do estado. Se nada for feito para reverter esse quadro, a terra de chimangos e maragatos ainda há de ser consumida pelo fogo. Ou Tarso Genro toma providências, ou pede para sair.