Greve geral marcada para quinta-feira pode se transformar em nova derrota para Dilma Rousseff

Sorte reduzida – A sequência de tiros no pé dados por Dilma Rousseff desde o começo da crise política parece não ter fim. Depois de algumas propostas absurdas, lançadas apressadamente para tentar responder às roucas vozes das ruas, o mais novo fiasco que se desenha no horizonte da presidente é o “Dia Nacional de Lutas”, onda de protestos que promete paralisar várias cidades brasileiras na quinta-feira (11), começando por São Paulo.

Encomendado pela cúpula petista para levar às ruas a defesa da realização do plebiscito sobre a reforma política, as centrais sindicais convocadas para o ato não chegaram a um consenso sobre os temas que servirão de moldura para o movimento. Apenas a Central Única dos Trabalhadores (CUT) defenderá a tese do plebiscito.

As demais centrais sindicais prometem levar às ruas milhares de trabalhadores com reivindicações das mais diversas, entre elas a imediata demissão do ainda ministro da Fazenda, Guido Mantega. Fora isso, os manifestantes prometem defender durante o protesto a redução da jornada de trabalho, o fim do fator previdenciário e o combate à terceirização dos postos de trabalho.

A degola de Mantega será uma das bandeiras da Força Sindical, entidade presidida pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), conhecido no sindicalismo nacional como Paulinho da Força.

O constrangimento a ser enfrentado por Dilma Rousseff deve ser maior do que o previsto, pois das manifestações prometem participar inúmeros filiados ao Partido dos Trabalhadores que estão descontentes com os rumos do governo.

Diante da iminência do agravamento da crise, o ex-presidente Lula, agora um bem sucedido lobista de empreiteiras, aterrissou em Brasília no final da terça-feira (9) para um encontro reservado com Dilma. À sua sucessora, o fugitivo Lula voltou a insistir em uma reforma ministerial, começando pela Secretaria de Relações Institucionais, atualmente sob o comando de Ideli Salvatti, cada vez mais isolada no núcleo duro do governo.