PT deveria aproveitar a moralidade repentina e esclarecer os escândalos da Rede 13 e do Dossiê Cuiabá

Fingindo seriedade – Os brasileiros foram surpreendidos com a disposição do PT de combater a corrupção, especialmente com a notícia de que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) está investigando, de maneira isenta e responsável, a suposta existência de cartel para o fornecimento de trens ao governo de São Paulo. Esse rompante de moralismo de encomenda do presidente Cade, Vinícius Duarte de Carvalho, foi tão impactante, que muitos cidadãos acordaram acreditando que o Brasil é um país sério.

Acostumados a golpes baixos, os petistas usam suposições decorrentes de investigações sigilosas para vazar informações à imprensa, de forma seletiva, e bombardear os adversários políticos que eventualmente possam atrapalhar o caminho da legenda nas eleições de 2014. Afinal, em marcha, desde 2003, há em marcha um projeto totalitarista de poder que contém a digital de Luiz Inácio da Silva, o agora bem sucedido e fugitivo lobista Lula.

Considerando que o PT vive um especial e inimaginável momento de retidão, o ucho.info tem sugerido ao partido, nos últimos dias, o esclarecimento de muitos escândalos ainda nebulosos e que chacoalharam a nação na última década, o período mais corrupto da história nacional.

Lula por certo não gostará da ideia, mas não custaria muito trazer revelar aos brasileiros a contabilidade da Ong Rede 13, que por conta de eventuais escândalos encerrou as atividades. A Rede 13, para quem não se recorda, foi funda por ninguém menos que Lurian Cordeiro Lula da Silva, filha do ex-metalúrgico, e pelo churrasqueiro palaciano e aloprado de plantão Jorge Lorezentti. Apenas para reavivar a memória do leitor, Lorenzetti esteve envolvido no imbróglio que ficou conhecido como Dossiê Cuiabá e desde então saiu de cena, juntamente com outro aloprado, o agora empresário da segurança Freud Godoy.

Braço avançado do programa Fome Zero, a finada Rede 13 recebeu, à época, R$ 7,5 milhões em verbas federais, dinheiro cujo paradeiro ninguém sabe até hoje. A Ong de Lurian, que funcionava em Santa Catarina, tinha um rombo financeiro e Lula escalou o churrasqueiro-aloprado para resolver o problema e encerrar a entidade supostamente dedicada aos mais necessitados.

Dinheiro do Dossiê Cuiabá

Aproveitando que os aloprados vieram à baila, o PT poderia aproveitar esse momento único de retidão e contar a origem da dinheirama (R$ 1,7 milhão) apreendida pela Polícia Federal e que seria utilizada para pagar, em 2006, o conjunto de documentos apócrifos contra os tucanos Geraldo Alckmin e José Serra, que naquele ano disputavam a Presidência da República e o governo paulista, respectivamente. Desde então, ninguém se apresentou à PF para reclamar a propriedade do dinheiro apreendido.

Para que a excelência da equipe de Dilma Rousseff não passe em brancas nuvens, a tentativa de criação de uma CPI para investigar a Rede 13 foi sepultada pela então senadora Ideli Salvatti, que hoje empresta seu reconhecido talento à Secretaria de Relações Institucionais da Presidência. Sob a batuta de Ideli é que a base aliada vem se desmanchando. No caso do Dossiê Cuiabá, os documentos foram produzidos sob encomenda para beneficiar o petista Aloizio Mercadante, o “irrevogável”, que na ocasião rivalizava com Serra na corrida ao palácio dos Bandeirantes.

Mesmo assim, com esses malabaristas da confusão fazendo parte do governo federal, o Partido dos Trabalhadores quer ser respeitado. E quando isso não acontece, esses bufões da política brasileira acionam a cantilena do golpe das elites, como se eles próprios não fossem os mais elitistas do planeta. Enfim…